top of page

Sobre melhorias no manejo visando tanto renda quanto acúmulo de carbono pelas árvores. Brasil conclui os primeiros 12 anos de estudo sobre sistemas lavoura-pecuária-floresta. Veja os resultados.

Hoje é sexta-feira, 26 de julho de 2024.


Atualmente, sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) tornam-se cada vez mais importantes para os países menos desenvolvidos e com população mais pobre.


Países interessados seriam basicamente o tal do “Global South”, como passou a ser referência nas últimas reuniões COP sobre o mudanças climáticas, em referência especialmente aos países africanos, da América do Sul, Indonésia e Papua Nova Guiné. Ou seja, onde concentram-se ainda grandes áreas florestais remanescentes na Terra e a pecuária menos confinada, apesar dos quatro maiores países - Federação Russa, Canadá, Estados Unidos e China - estarem no “Global North


No sistema ILPF o foco é na produtividade de todo o sistema.


Simplesmente aumentar o número de árvores sem critério científico pode até fazer sentido numa perspectiva climática mas provavelmente não será ótima inclusive na perspectiva sócio-econômica, com potencial redução na produção da lavoura e da pecuária, perpetuando a pobreza e culturas de subsistência, não desenvolvidas. Sim? Não? Talvez?


Neste sentido, pesquisas como essa conduzida no Brasil pela Embrapa Agrossilvipastoril e outras já abordadas em nosso portal Carbon Credit Markets são muito importantes.


O estudo brasileiro está sendo conduzido em Sinop, estado do Mato Grosso, em área de de 72 hectares. Além de madeira, a área também produz carne e grãos.


Como resultado desse primeiro ciclo do sistema ILPF avaliado, destacam-se:


(1) Efeito de borda favoreceu o crescimento das árvores e o acúmulo de carbono nas árvores


(2) Árvores estocaram mais carbono do que em monocultura


(3) Definição do desenho das árvores no sistema produtivo depende se o produtor quer adicionar ou substituir renda


Efeito de borda - bordadura - ocorre nas árvores externas ou mais altas por receberem mais luz, água e nutrientes que aquelas do interior e por terem menor competição com árvores vizinhas.


O sistema ILPF, que inicialmente teve renques - fileiras de árvores - triplos e passou a ter renque simples após corte das linhas laterais, foi o que mais acumulou carbono, passando dos 30 kg/ano por indivíduo. O valor se diferenciou estatisticamente dos demais e ficou bem acima dos cerca de 20 kg/ano por árvore em monocultura.


Segundo o pesquisador Maurel Behling citado no artigo “Além de favorecer o ganho em volume das árvores … há uma maior taxa de acúmulo de carbono nas árvores na ILPF. É um carbono que teoricamente terá um ciclo de vida maior do que aquele usado como biomassa”. O pesquisador lembra ainda que o carbono não fica somente estocado na madeira. As árvores no sistema produtivo ainda deixam grande volume de carbono na área em forma de folhas, galhos, serrapilheira e matéria orgânica.


“Cerca de 10 toneladas de resíduos por hectare que permanecem são originárias da área útil com árvores. Isso sem considerar tocos e raízes que em média representam 20% da biomassa total da árvore” informa o pesquisador.


O corte raso dos eucaliptos após 12 anos deu fim ao primeiro ciclo do experimento de ILPF, permitindo a avaliação global juntamente com a pecuária de corte e produção de grãos ocorrida ao longo deste período.


Segundo comunicado, com o fim deste ciclo, um novo trabalho já deverá começar no próximo período chuvoso, 2a. metade do ano no “Global South”. Desta vez, além do eucalipto, será usada a teca como componente arbóreo do sistema. Também será testado o consórcio com as duas espécies, uma vez que a teca perde suas folhas no período seco, reduzindo a sombra para os animais. A ideia é que o eucalipto contribua para manutenção do conforto térmico e com o escalonamento de receitas obtidas com as árvores.


Ou seja, otimização da tecnologia mais avançada existente de captura de carbono e estocagem: as árvores e seus troncos.


Veja aqui o Curso Introdutório sobre Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) - Turma 2024, oferecido pela Rede ILPF, da qual fazem parte Bradesco, Cocamar, John Deere, Minerva Foods, SOESP, Suzano, Syngenta, Timac Agro e a própria Embrapa.


Publicado em 23 de julho de 2024, clique na imagem abaixo para o artigo completo “Após 12 anos, pesquisa traz embasamento para plantio de árvores em sistemas ILPF”.


Você também pode se interessar por outro resultado de destaque, o Sistema PPS (Precocidade, Produtividade e Sustentabilidade) uma estratégia de manejo da pecuária de cria utilizando ILP e IPF, outras formas de integração. Neste caso, pesquisador Luciano Lopes indica “Apesar de ser um pouco mais complexo do ponto de vista operacional, esse manejo traz ganhos além do componente animal. A parte ambiental também é beneficiada em termos de dinâmica de carbono, por exemplo”.


Agradecemos o Engenheiro Florestal Carlos G. Caleiro Guimarães por nos trazer o assunto desta matéria.



Após 12 anos, pesquisa traz embasamento para plantio de árvores em sistemas ILPF. Portal Embrapa. 23/julho/24

 CARBON CREDIT MARKETS

“Nothing in life is to be feared, it is only to be understood. Now is the time to understand more, so that we may fear less.”

“I am among those who think that science has great beauty”

Madame Marie Curie (1867 - 1934) Chemist & physicist. French, born Polish.

 • Weekly newsletters •

bottom of page