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Permanência por Várias Décadas. Tópico chave para Projetos de Crédito de Carbono.

Hoje é terça-feira, 18 de junho de 2024.


A Terra existe há cerca de 4,5 bilhões de anos, o Carbonífero (era geológica em que as camadas de carvão foram formadas) foi há cerca de 350-300 milhões de anos, os dinossauros foram extintos há cerca de 65 milhões de anos, os primeiros humanos apareceram entre 5-7 milhões de anos, a última Idade do Gelo terminou há cerca de 12 mil anos e hoje em dia a nossa expectativa de vida dificilmente ultrapassará os 100 anos.


Esta régua, além do tempo humano, nos dá uma noção do que é conhecido como tempo geológico.


O carbono liberado hoje na atmosfera permanecerá lá por séculos.


Os projetos de carbono que sequestram ou evitam emissões - para terem direito a créditos de carbono - têm de assegurar o armazenamento ou o sequestro durante um período de tempo significativo. Várias décadas. Várias.


Os Carbon Core Principles do ICVCM, por exemplo, indicam que os projetos terão de monitorar e reportar sobre as reduções e remoções de emissões durante pelo menos 40 anos.


Outras fontes indicam 100 anos como referência para remoções de carbono consideradas “permanentes”.


Dado este prazo, os riscos envolvidos são elevados. E ainda mais no caso de soluções baseadas na natureza (NBS), como projetos de conservação florestal (projetos REDD+). Basta pensar nos incêndios florestais, quando todo o carbono florestal armazenado nas árvores e no solo pode ser libertado. Por outro lado, soluções de engenharia, como parques solares e eólicos, apresentam menos riscos, pois o benefício “não é armazenado”.


Como forma de mitigação, os projetos de carbono estão sujeitos a “buffer pools” de créditos de carbono, basicamente uma percentagem dos créditos reservados e indisponíveis para negociação em mercados voluntários de carbono, como uma espécie de seguro. Apesar disso, já houveram casos para os quais o “mecanismo de buffer pool” não foi suficiente.


Em suma, garantir a permanência dos créditos de carbono é visto como a parte difícil. E dadas todas estas circunstâncias, o que importa é a integridade (*) ao longo da jornada do projeto, durante décadas, 100% do tempo após o compromisso.


Clique na imagem abaixo para ver como o Australian Clean Energy Regulator se posiciona sobre todos esses temas. É uma referência muito clara e completa. No caso deles, a obrigação de permanência é de 25 ou 100 anos.



Importante destacar como os créditos de carbono são legalmente definidos “down under”: na Austrália os créditos de carbono são considerados propriedade pessoal.


(*) Carbon Credit Markets está trabalhando em um portal para apoiar a avaliação da integridade dos créditos de carbono. Caso tenha interesse em oferecer documentação ou diligências relativa à sua jurisdição, envie um e-mail para contact@damasceno.org com o assunto “Integrity Marketplace”.



Portal Australian Government Clean Energy Regulator. Permanence obligations. June 2024.

 CARBON CREDIT MARKETS

“Nothing in life is to be feared, it is only to be understood. Now is the time to understand more, so that we may fear less.”

“I am among those who think that science has great beauty”

Madame Marie Curie (1867 - 1934) Chemist & physicist. French, born Polish.

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