37ª semana Carbon Credit Markets 2025. Relatório; créditos de carbono e leilão de imóveis🇧🇷, África, 🇩🇴; 🚨NDCs; 🇪🇸Pacto Climático; ♻️Nórdicos-🇧🇷; ⚡Dan Ioschpe contundente; CBAM ; 🇨🇳 e 🇮🇩
- Art Dam
- 21 de set.
- 11 min de leitura
Segunda-feira, 22 de setembro de 2025.
Destaques da 37ª semana Carbon Credit Markets 2025
- Créditos de Carbono. Diversidade e o dinamismo em 4 destaques recentes: a 🔔prévia exclusiva do relatório MSCI, que analisa 4.400 projetos e o impacto do Artigo 6; o leilão de imóveis do Banco do Brasil🇧🇷, que aceita créditos de carbono como lance; o avanço da 🌍 África Ocidental descrito na Edição 2025 de Panorama dos Mercados de Carbono; e o fortalecimento institucional na 🇩🇴 República Dominicana em parceria com a Verra.
- Outros Destaques. O que as novas NDCs incorporam sobre o Artigo 6 e os créditos de carbono — 🚨e se seu país já está entre os que entregaram; pioneirismo do Pacto Climático lançado na Espanha🇪🇸; a aliança entre Brasil e países nórdicos pela economia circular♻️; e a ⚡fala contundente de Dan Ioschpe no evento.
- Oportunidades. Como empresas estão se preparando para o CBAM 🇪🇺; Bolsa de Xangai 🇨🇳 avança em consultas sobre relatórios de sustentabilidade; Indonésia 🇮🇩consolida sua Bolsa de Carbono; e a ONU🇺🇳 abre novas consultas públicas sobre padrões do Artigo 6.4.
- Eventos. 📣 European Hydrogen Week, Congresso SAE Brasil 2025, Webinar Gold Standard sobre carbono orgânico no solo, o Simpósio de Ciências Florestais, Singapore Carbon Market & Investor Forum, Carbon Markets Africa Summit, IFRS Sustainability Symposium.
CREDITOS DE CARBONO
🔔 Prévia exclusiva: novo relatório MSCI analisa 4.400 projetos de carbono e o impacto do Artigo 6
Durante o webinar realizado em 11 de setembro, a MSCI antecipou os principais achados do novo relatório State of Integrity in the Global Carbon Credit Markets 2025 que será lançado nos próximos dias. Aqui a edição 2024.
Moderado por Theresa Bodner (MSCI), Tristan Loffler, da MSCI Carbon Markets, apresentou uma análise detalhada dos mais de 4.400 projetos avaliados pela plataforma, destacando o aumento da demanda por créditos com alta classificação (A ou superior) e o surgimento de um “prêmio de integridade” nos preços. Ele também abordou o Artigo 6 do Acordo de Paris como um fator emergente de risco e transformação para os mercados de créditos de carbono, como preocupações sobre a duplicidade de contagem e a necessidade de ajustes correspondentes, que podem afetar a elegibilidade e a integridade dos créditos no mercado voluntário. Ao mesmo tempo, o Artigo 6 é visto como uma oportunidade para fortalecer a governança e a padronização.
Já Klas Wetterberg, da OCDE, apresentou o estudo “Exploring Governments’ Efforts to Shape Carbon Credit Markets”, que propõe ações concretas para melhorar a integridade do mercado. Ele destacou a importância de políticas públicas formativas e normativas — como certificações, incentivos fiscais e regulamentações — para orientar a demanda e elevar os padrões de qualidade dos créditos. Sobre a demanda em 2023, citou: “menos de 10% dos créditos negociados teve valor de negociação acima de US$ 10”. A OCDE também defende o uso de padrões existentes como base para melhorias futuras, sinalizando ao mercado que a elegibilidade atual é transitória.
Outras especialistas como Anaïs Bach (hummingbirds) e Julia Strong (Symbiosis Coalition) reforçaram a necessidade de transparência, inovação e colaboração entre setores público e privado.
🇧🇷 Leilão de imóveis com créditos de carbono? Sim, e não é a primeira vez
Sim, você leu certo. E não é a primeira vez que Carbon Credit Markets divulga esse tipo de leilão do Banco do Brasil S/A (BB), como você pode lembrar nesse post de 2023.
Segundo artigo 15.4.1 do edital, o arrematante “poderá pagar até 95% do valor correspondente a arrematação do imóvel, com certificados de crédito de carbono, sendo que o valor a ser pago quando na negociação do referido percentual, deverá representar unidades inteiras de certificados de crédito de carbono”.
Os seguintes padrões para certificados de crédito de carbono reconhecidos pelo mercado voluntário são aceitos pelo BB:
VCS – Verified Carbon Standard
Gold Standard e
GCC - Global Carbon Council
Sua origem deve ser comprovada, padrão de certificação e rastreabilidade das RCEs/RVEs, bem como a haver a possibilidade de transferência para o BB, sendo aceitos cadastros em uma das seguintes plataformas públicas:
VERRA
ACR Carbon
Segundo o Anexo 7 do edital, 10 lotes foram colocados à venda. No fechamento dessa publicação, constavam 4 ainda não vendidos, nos seguintes estados: Ceará, Minas Gerais, Piauí e Roraima. Veja aqui o site do leiloeiro. Quem sabem ainda estejam lá.
De 2023 para cá pode-se notar que o preço caiu de R$ 88,27 para cerca de R$ 69,96 / tonelada de CO2eq (Anexo 9 “Levantamento de preços de mercado dos créditos de carbono – Tesouraria BB e últimas negociações do BB”).
Abaixo o documento Leilão Público Nº 2025/210004V(9055) Edital de Licitação para Venda de Imóveis à Vista – Com Possibilidade Certificados de Crédito de Carbono.
🌍 Panorama dos Mercados de Carbono na África Ocidental – Edição 2025
O documento West Africa Carbon Markets Hub – 2nd Edition 2025 apresenta um retrato abrangente do avanço dos mercados de carbono na África Ocidental, destacando iniciativas nacionais, oportunidades regionais e desafios estruturais. Ele explora como países como Senegal, Costa do Marfim, Gana e Nigéria estão desenvolvendo políticas climáticas alinhadas ao Acordo de Paris, com foco na geração de créditos de carbono de alta integridade. A publicação também enfatiza o papel crescente de atores privados, ONGs e instituições multilaterais na construção de infraestrutura técnica e regulatória para viabilizar transações de carbono confiáveis e escaláveis.
Além disso, o relatório analisa tendências emergentes como o uso de Resultados de Mitigação Transferidos Internacionalmente (ITMOs), o interesse de compradores globais por projetos africanos e a importância de garantir benefícios sociais e ambientais locais. A edição de 2025 reforça a necessidade de cooperação regional e de plataformas como o próprio Hub para facilitar o intercâmbio de conhecimento, promover transparência e atrair investimentos.
🇩🇴 Fortalecendo os Mercados de Carbono na República Dominicana
Verra acaba de firmar um Memorando de Entendimento com o Conselho Nacional para a Mudança Climática e o Mercado de Carbono da República Dominicana (CNCCMC), marcando um passo importante para ampliar o papel dos mercados de carbono no país. A parceria prevê atividades de capacitação e troca de conhecimento, incluindo treinamentos sobre o funcionamento dos mercados de carbono, os padrões da Verra e o processo de registro de projetos no programa Verified Carbon Standard (VCS).
Além disso, o acordo abre caminho para que créditos de carbono gerados por projetos domésticos possam ser utilizados como resultados de mitigação transferidos internacionalmente (ITMOs), conforme o Artigo 6.2 do Acordo de Paris. Essa iniciativa se conecta a um acordo bilateral entre a República Dominicana e a Suécia, que permitirá a comercialização desses créditos entre os países. Aqui o press release.
🇺🇳 Solução provisória para transações de carbono enquanto o registro do Acordo de Paris não sai
Trata-se do Registro Interino do Mecanismo do Artigo 6.4 (IMR), lançado no final de 2024. O novo guia do usuário e os formulários associados explicam como utilizar o IMR, que permite a transferência de Reduções Certificadas de Emissões (CERs) do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), garantindo continuidade e prontidão para países e entidades autorizadas. Destina-se a governos e partes interessadas que desejam operar sob esse mecanismo, com mais informações disponíveis no site oficial da UNFCCC.
OUTROS DESTAQUES
🚨Seu país já entregou as novas NDCs? Veja quem está na frente
Em 25 de agosto passado, listamos os países que já haviam atualizado suas NDCs. Apesar dos principais emissores que ainda não o fizeram manterem-se os mesmos reportamos naquela ocasião, parece que o alerta valeu. De lá para cá tivemos as NDCs de mais 9 países. Aqui o que cada um comentou sobre créditos de carbono e Article 6.
🇧🇧 Barbados
“Barbados is committed to contributing to discussions on international cooperation through Article 6 of the Paris Agreement. Barbados continues to support the supplementarity position of AOSIS that seeks to limit the use of market mechanisms to less than actual domestic effort. Double counting shall be avoided to preserve the environmental integrity of such a market.”
🇸🇴 Somália
“Participation in carbon markets under Article 6 … will be crucial … Key mitigation actions include … Mobilization of carbon credits schemes, Payment for Ecosystem Services (PES), and REDD+. … Private Sector Engagement … agribusinesses can apply climate-resilient irrigation systems or improved livestock practices to reduce methane and nitrous oxide emissions, which can be quantified and monetized as carbon credits under Article 6.4 or through the voluntary carbon market. The private sector can also benefit from bilateral agreements under Article 6.2, where international buyers purchase Internationally Transferred Mitigation Outcomes (ITMOs).”
“Liechtenstein … will implement all relevant Article 6 guidance … The Liechtenstein Government has decided in 2023 to realise ITMOs primarily through bilateral agreements, based on Article 6.2.”
🇮🇸 Islândia
“Iceland seeks to fulfil the NDC through the climate cooperation with the European Union and Norway … A decision on the use of voluntary cooperation under Article 6 of the Partis Agreement is pending.”
🇷🇸 Sérvia
“The Republic of Serbia is a small country with a relatively small population”. Nada mencionado sobre créditos de carbono ou sobre article 6.
🇦🇴 Angola
Além de um capítulo exclusivo “6.4.2. CARBON MARKETS”, as seguintes citações:
“Angola intends to use financial mechanisms associated with climate finance and market mechanisms … includes the use of international carbon markets, both the Article 6 mechanisms and the voluntary carbon market … Article 6 of the Paris Agreement is of the uppermost importance … potential of international cooperation approaches for countries in the same situation as Angola.”
“The Vatican City State intends to achieve its national emission reduction targets through national measures. However, if domestic reductions prove insufficient to achieve the set objectives the use of international mechanisms is not excluded, as provided for in Article 6 of the Paris Agreement.”
🇦🇺 Austrália
“Existing mechanisms include the Australian Carbon Credit Unit Scheme, which incentivises projects that avoid emissions or sequester carbon from the atmosphere … projects undertaking fire management methods are issued on average 1.2 million Australian Carbon Credit Units each year … Australia currently has no plan to engage in international cooperative approaches under Article 6 of the Paris Agreement towards achievement of its NDC …”
🇳🇮 Nicarágua
Embora a NDC da Nicarágua não mencione diretamente o Artigo 6 nem créditos de carbono, cita uma estratégia nacional como posicionando o país como ativo na agenda REDD+ e com potencial para integrar mecanismos de mercados climáticos.
Aqui a lista dos países que já atualizaram suas NDCs (até 20 de setembro de 2025):
2024 (6)
Emirados Árabes Unidos (06/Nov), Brasil (13/Nov), Suíça (14/Nov), Estados Unidos (19/Dez), Botswana (24/Dez), Uruguai (30/Dez)
2025 - 1o. Trimestre (15)
Reino Unido (30/Jan), Nova Zelândia (31/Jan), Lesoto (05/Fev), Andorra (05/Fev), Santa Lúcia (06/Fev), Equador (06/Fev), Zimbábue (10/Fev), Ilhas Marshall (10/Fev), Singapura (10/Fev), Canadá (12/Fev), Japão (18/Fev), Montenegro (21/Fev), Cuba (27/Fev), Maldivas (27/Fev), Zâmbia (10/Mar)
2025 - 2o. Trimestre (6)
Quênia (30/Abr), Moldávia (06/Mai), Nepal (19/Mai), Belize (14/Jun), Somália (19/Jun), Noruega (26/Jun)
2025 - 3o. Trimestre (13)
Mônaco (16/Jul), Niue (17/Jul), Camboja (08/Ago), Ilhas Salomão (13/Ago), Barbados (30/Ago), Somália (08/Set), Liechtenstein (10/Set), Islândia (12/Set), Sérvia (12/Set), Angola (13/Set), Santa Sé / Vaticano (16/Set), Austrália (18/Set), Nicarágua (19/Set)
🇪🇸Governo espanhol propõe pacto climático para enfrentar riscos crescentes. Modelo para outros países?
Diante da intensificação das catástrofes naturais e da insuficiência dos mecanismos atuais de resposta, o Primeiro Ministro Pedro Sánchez propôs um Pacto de Estado frente à emergência climática. A proposta surge como resposta à crescente frequência de incêndios, secas e inundações, que têm revelado falhas estruturais na prevenção e na reconstrução. Entre os principais motivos está a necessidade de garantir recursos permanentes, melhorar a coordenação entre administrações e fortalecer a proteção civil com a criação de uma nova agência estatal especializada.
Além disso, Sánchez destacou que a crise climática exige uma transformação profunda na gestão territorial e nos modelos produtivos. Por isso, o plano inclui medidas como adaptação florestal, redes de refúgios climáticos urbanos, incentivo à agroecologia e educação ambiental. A proposta será submetida à consulta pública e apresentada a parceiros europeus, reforçando o compromisso da Espanha com uma resposta coletiva e estruturada à emergência climática.
Mais detalhes no site oficial do governo espanhol.
♻️ Brasil e países nórdicos unem forças: economia circular como caminho para a descarbonização
Rumo à COP30, em 19 de setembro de 2025 Carbon Credit Markets participou do evento “Conexão Nórdico-Brasileira: Estratégias de Economia Circular para a Descarbonização” na FIESP que reuniu líderes brasileiros e nórdicos para debater estratégias de descarbonização com foco na economia circular, destacando o Plano Nacional de Economia Circular (PLANEC) e iniciativas como o World Circular Economy Forum 2025, promovido pela finlandesa Sintra:
“Sitra will be in Belém with full force”.
Representantes da CETESB, MDIC, Prefeitura de São Paulo e consulados dos países nórdicos reforçaram a importância da cooperação internacional, da valorização de materiais tropicais e da circularidade nas cadeias produtivas. Painéis temáticos abordaram combustíveis alternativos, gestão de resíduos e mineração circular, com exemplos práticos como fertilizantes descarbonizados, reporte CCS 2025 da DNV (já publicamos), navios movidos a amônia verde (navio elétrico eles já tem) e reaproveitamento de rejeitos pela Vale.
Dan Ioschpe, 2º vice-presidente da Fiesp e COP30 High-Level Champion também esteve presente e marcou presença com uma fala contundente:
“O único caminho estratégico é um desenvolvimento sócio econômico sustentável. A COP30 será um celeiro de soluções.”
OPORTUNIDADES
🇪🇺Countdown to CBAM 2026: How Businesses and Industries Are Getting Ready. Nesse recente webinar OPIS, duas empresas se destacaram:
CBAMBOO (Gabriel Rozenberg), que ajuda empresas importadoras a prever, calcular e gerenciar seus custos com o imposto de carbono europeu (CBAM) desde o momento da compra até o relatório final; e
GMK Center (Stalislav Zinchenko), consultoria e think tank ucraniano que fornece análises, dados e insights sobre setores industriais como aço, energia, cimento e fertilizantes, com foco em sustentabilidade, comércio global e políticas climáticas
🇨🇳 Bolsa de Xangai abre consulta sobre relatórios de sustentabilidade. Estão sendo cobertos três novos guias: Pollutant Emission, Energy Utilization, e Water Utilization — disponíveis em inglês para leitura e download:
🇮🇩 Indonesia Carbon Exchange. Desde seu lançamento em setembro de 2023 até junho de 2025, a Bolsa de Carbono alcançou um valor acumulado de IDR 77,95 bilhões com um volume total negociado de 1.599.322 tCO₂e. Veja a imagem abaixo — ou clique aqui — para conferir como a Investor Relations Unit da Indonesia Financial Services Authority (OJK-IRU) reporta regularmente.

🇺🇳 Consultas públicas sobre novos padrões do Artigo 6.4. São duas: até 24 de setembro, sobre padrões preliminares de não-permanência e práticas comuns; e até 30 de setembro, sobre metodologias ligadas a resíduos sólidos, queima de gás, fluxo de GEE e análise de investimentos. As contribuições serão avaliadas na próxima reunião, em 13 e 14 de outubro. As chamadas para envio de sugestões estão disponíveis nesta página (Current calls), e os documentos completos podem ser acessados aqui e no site oficial da UNFCCC.
EVENTOS
🇧🇪📍29 de setembro a 3 de outubro, European Hydrogen Week #EUH2Week2025. Em Bruxelas, Bélgica.
🇧🇪📍30 de setembro, Climate action that works for you – An agenda for competitiveness, prosperity and resilience. No European Commission’s Charlemagne building em Bruxelas.
🇧🇷📍7 e 8 de outubro, Congresso SAE Brasil 2025. Em São Paulo.
🖥️📍14 de outubro, Webinar Gold Standard sobre carbono orgânico no solo. Sobre as novas diretrizes para o modelo de carbono orgânico, com especialistas em soluções baseadas na natureza, consultoria agrícola e inovação em dados para discutir os avanços e aplicações práticas do modelo.
🇧🇷🌳 14 a 16 de outubro, Mercado de Carbono: Os Benefícios para o Setor Florestal - V Simpósio don Ciências Florestais do Espírito Santo, Brasil. Pela Universidade Federal do Espírito Santo.
🇸🇬📍16 a 17 de outubro, Singapore Carbon Market & Investor Forum. Pela Carbon Market Institute.
🇿🇦📍21 a 23 de outubro, Carbon Markets Africa Summit (CMAS). Em Johannesburg, África do Sul.
🇬🇧🖥️📍30 de outubro, IFRS Sustainability Symposium ‘Pathways to adoption’. Online ou presencial no Convene Sancroft, St. Paul’s, Londres.
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