Vários estudos indicam oceanos aquecendo e batendo recordes de calor ano após ano.
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Vários estudos indicam oceanos aquecendo e batendo recordes de calor ano após ano.

Hoje é quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024.


Cada vez mais estudos científicos indicando a mesma coisa: o aquecimento dos oceanos e suas consequências.


No início de 2023 a a National Oceanic and Atmospheric Administration dos Estados Unidos (NOAA) já havia reportado que em abril os oceanos haviam atingido 21,1 ºC, ou seja, 0,1 ºC acima do último recorde em março de 2016. E provavelmente a temperatura oceânica mais alta em mais de 100.000 anos. Relembre "O oceano está mais quente do que nunca: quais as consequências?"


Destacamos a seguir dois estudos, um publicado em 2024 e outro em 2021.


Fonte: Springer Nature, janeiro de 2024


Alguns destaques:


  • O Oceano Atlântico Tropical, o Mar Mediterrâneo e os oceanos meridionais registaram o maior conteúdo de calor oceânico (OHC) observado desde a década de 1950.


  • Associada ao início de um forte El Niño, a temperatura global da superfície do mar atingiu o seu "máximo recorde em 2023, com uma média anual de ~0,23°C superior à de 2022 e surpreendentes > 0,3°C acima dos valores de 2022 para a segunda metade de 2022". E influenciou também os padrões de anomalia de salinidade.


  • "O aumento do dióxido de carbono (CO2) e de outros gases de efeito estufa na atmosfera provenientes das atividades humanas levou a um aumento na radiação de ondas longas presa no sistema terrestre, resultando em um aumento na diferença entre a radiação que entra e a que sai no topo do a atmosfera e causando um desequilíbrio energético da Terra (EEI) (Trenberth et al., 2014; Gulev et al., 2021).Com cerca de 90% do excesso de calor acumulado no sistema terrestre depositado no oceano mundial, o EEI causa a subida das temperaturas oceânicas e aumento do conteúdo de calor oceânico (OHC) (Rhein et al., 2013; Johnson et al., 2018; Von Schuckmann et al., 2020; Loeb et al., 2021; Cheng et al., 2023)".


  • "No Pacífico Norte, as altas temperaturas dos oceanos alimentaram os rios atmosféricos e as “chuvas bomba” que levaram tanto a inundações extensas quanto também ao alívio da seca de longa data em muitas partes do oeste da América do Norte. Inundações severas também ocorreram na Nova Zelândia, Pequim / China, Alasca, Índia, Itália, Eslovênia, Japão, Vermont, Quênia e África Oriental. Ondas de calor recordes ocorreram no sul dos Estados Unidos, China, Índia, sul da Europa (Espanha, Portugal, Itália, Grécia, França) e em outros lugares. Incêndios florestais também acompanharam várias áreas que exibiram calor e/ou seca recordes durante 2023. Muitas nações bateram recordes de temperatura bem como o mais baixo nível de gelo marinho foi registrado durante o inverno do sul ao redor da Antártica. A temporada de furacões no Atlântico foi vigorosa, especialmente considerando o El Niño, ano em que a atividade das tempestades normalmente seria suprimida. No Pacífico Leste, o furacão Otis evoluiu a uma taxa recorde para uma tempestade de categoria 5 em menos de um dia antes de atingir a costa perto de Acapulco, no México, no final de outubro. Os resultados de muitos destes eventos foram devastadores em termos de vidas perdidas, disrupções e danos. Estas mudanças climáticas têm profundas consequências sociais e ecológicas (Abraham et al., 2022)."


  • O estudo conjunto envolveu China, Estados Unidos, França, Itália, Nova Zelândia, entre inúmeras instituições acadêmicas, como Institute of Atmospheric Physics at the Chinese Academy of Sciences em Pequim, Mercator Ocean International em Toulouse, Istituto Nazionale di Geofisica e Vulcanologia em Bologna, University of Auckland e o National Centers for Environmental Information at the National Oceanic and Atmospheric Administration dos Estados Unidos.


Fonte: Jornal da USP, setembro de 2021, após artigo na revista científica Geophysical Research Letters.


Alguns destaques:


  • projeto South Atlantic Meridional Overturning Circulation (Samoc), monitora o fluxo das águas que vêm da Antártida em direção ao oceano Atlântico.


  • - "... aquecimento acelerado nessas águas, isso significa que as temperaturas ao redor da Antártida estão também aumentando de forma acelerada. Isso é um mau sinal, pois sugere uma piora nas condições climáticas do planeta ...”


  • - O oceano sequestrou "a quantidade de energia equivalente à explosão de algumas bombas de Hiroshima, a cada segundo" entre 1990 e 2006.


  • - Samoc criado em 2007, reunindo instituições de vários países: Instituto Oceanográfico USP / Fapesp, Alfred-Wegener-Institut Helmholtz-Zentrum für Polar- und Meeresforchung (Alemanha), GEOMAR Helmholtz Centre for Ocean Research (Alemanha), Shirshov Institute of Oceanology (Rússia), Servício de Hidrografia Naval de la Armada e da Universidad de Buenos Aires (Argentina) e Atlantic Oceanographic and Meteorological Laboratory do National Oceanic and Atmospheric Administration (Estados Unidos).


Vale também reler os seguintes posts recentes, sobre fatores afetando a temperatura dos oceanos:






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“Nothing in life is to be feared, it is only to be understood. Now is the time to understand more, so that we may fear less.”

“I am among those who think that science has great beauty”

Madame Marie Curie (1867 - 1934) Chemist & physicist. French, born Polish.

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