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Veja trechos da carta que o Brasil enviou à Europa sobre a regulamentação anti-desmatamento. E um estudo que associa o desmatamento ao comércio internacional e aos padrões de consumo.

Quarta-feira, 18 de setembro de 2024.


A lei anti-desmatamento da União Europeia foi aprovada em 2022 e adotada em junho de 2023, permitindo às empresas 18 meses para se adaptarem. A lei se aplica a uma ampla gama de produtos, incluindo soja, gado, café, cacau, borracha, óleo de palma, madeira e seus derivados, como carne bovina, papel, móveis, chocolate e pneus. Clique aqui e acesse o Anexo 1 para a lista completa de produtos derivados.


A definição de “desmatamento” do Regulamento abrange a conversão de florestas para uso agrícola, induzida pelo homem ou não, o que inclui situações devidas a desastres naturais.


Aqui estão alguns trechos da carta enviada pelo Brasil à Comissão Europeia em 11 de setembro de 2024.


Senhores Comissários e Alto Representante,


O início previsto de implementação do regulamento anti-desmatamento da União Europeia (EUDR), no final de 2024, é motivo de séria preocupação para diversos setores exportadores brasileiros e para o Governo brasileiro. O Brasil é um dos principais fornecedores para a UE da maioria dos produtos objeto da legislação… De modo a evitar impacto em nossas relações comerciais, solicitamos que a UE não implement e EUDR a partir do final de 2024 e reavalie urgentemente a sua abordagem sobre o tema…


A EUDR foi desenhada sem conhecimento de como funciona o processo produtivo e exportador dos diferentes produtos e qual é a realidade em cada país. Os setores produtivos brasileiros afetados pela EUDR estiveram em Bruxelas e explicaram…


Reconhecemos que os desafios ambientais transcendem as fronteiras nacionais… No plano internacional, o desenvolvimento sustentável constitui prioridade inequívoca para o Brasil…


Consideramos, no entanto, que medidas unilaterais coercivas e punitivas minam a confiança nas contribuições nacionalmente determinadas quando utilizadas como justificativa para a imposição de barreiras comerciais. Incentivos positivos são mais eficazes na promoção da proteção ambiental ao recompensar e remunerar adequadamente aqueles que prestam serviços ambientais. A assistência financeira aos países em desenvolvimento liberta recursos para investimentos no combate à pobreza e implementa compromissos ambientais relacionados com o financiamento, a formação e a transferência de tecnologia, incluindo a atribuição de USD 100 bilhões por ano para a preservação ambiental nos países em desenvolvimento, em linha com o Acordo de Paris sobre Mudança do Clima. …


Esperamos poder contar com a União Europeia e os seus países membros como parceiros no enfrentamento desses desafios comuns, com base no diálogo, na cooperação e no respeito mútuo, evitando a imposição de barreiras ao nosso comércio bilateral.


A carta foi assinada conjuntamente pelo Ministro das Relações Exteriores e pelo Ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil.


A imagem abaixo foi retirada do estudo de 2021 “Mapping the deforestation footprint of nations reveals growing threat to tropical forests” por Keiichiro Kanemoto e Nguyen Tien Hoang do Research Institute for Humanity and Nature, Kyoto, Japão.


Utilizando 15 anos de dados de sensoriamento remoto, associaram o desmatamento ao comércio internacional e aos padrões de consumo e concluíram: “Descobrimos que, embora muitos países desenvolvidos, a China e a Índia, tenham obtido ganhos florestais líquidos a nível interno, também aumentaram a desmatamento incorporado em suas importações, das quais as florestas tropicais são o bioma mais ameaçado.”


Clique na imagem para ver esse estudo interessante. Ou aqui para um post no LinkedIn.



Amanhã a parte final deste artigo.




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“Nothing in life is to be feared, it is only to be understood. Now is the time to understand more, so that we may fear less.”

“I am among those who think that science has great beauty”

Madame Marie Curie (1867 - 1934) Chemist & physicist. French, born Polish.

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