Temperaturas recordes mais altas e eventos climáticos extremos no hemisfério norte estão chegando às manchetes dia após dia.
Mas não é realmente uma surpresa para os cientistas. A academia - e até mesmo um presidente americano dos anos 70 (foto abaixo) - vem relatando isso há décadas.
Mais recentemente os cientistas atmosféricos estão dizendo que, além da mudança climática causada pelo homem pela queima de combustíveis fósseis, e outros fenômenos como a redução gradual do albedo da Terra, temos agora o El Niño aquecendo o Oceano Pacífico. Tradicionais regiões de temperaturas amenas parecem “áreas tropicais”. Mas o que há de especial no El Niño agora? Veio meses antes, com condições de “crescer mais”. Além disso, com a baixa recorde do gelo no Ártico, Antártida e geleiras em todo o mundo, reduzindo os “contrapesos” da atmosfera. Ou “defesas” em relação ao status quo das condições de vida humana.
O aumento da temperatura pode fazer com que bilhões vivam em lugares inadequados à vida humana.
É o que indica o novo estudo climático “Quantifying the human cost of global warming” publicado pela Nature Sustainability. Mais 2,7 °C no aquecimento até 2100, deixaria 22% da população mundial fora do chamado nicho climático humano, onde a temperatura média anual seria superior a 29 °C (84 °F), portanto sem condição de vida confortável.
O calor também está ligado a adversidades na educação, na gravidez, produtividade do trabalho, colheitas e desempenho cognitivo. Também são observados aumentos da mortalidade, conflitos, discurso de ódio, migração e propagação de doenças infecciosas.
Poderia a Sibéria - conhecida por seu clima frio rigoroso - se tornar uma nova fronteira agrícola? Quem sabe.
A propósito, outro estudo da Science mostra redução drástica dos maiores lagos do mundo. Segundo os pesquisadores, devido ao aumento da evaporação e consumo humano, enquanto a sedimentação cresce afetando os reservatórios.
