Quarta-feira, 29 de novembro de 2023.
Hoje, a apenas um dia do início da COP28 e pela oportunidade que isso representa, pela primeira vez uma matéria que tem como foco a saúde.
A revista médica The Lancet, uma das mais antigas e respeitadas publicações sobre medicina e saúde do mundo, lançou há poucos dias o seu 8º relatório anual Countdown on Health and Climate Change.
Com muitas preocupações.
De acordo com o press release, "a inação climática já está custando vidas e meios de subsistência, com novas projeções globais revelando a grave e crescente ameaça para a saúde pelo adiamento de ações em matéria de alterações climáticas. Uma ação climática mais ousada poderia representar uma tábua de salvação para a saúde".
O relatório “analisa a relação entre a saúde e as alterações climáticas em cinco domínios principais e 47 indicadores, fornecendo a avaliação mais atualizada das ligações entre a saúde e as alterações climáticas”.
Inclusive uma das constatações do trabalho é que as evidências científicas estão aumentando, com três vezes mais artigos científicos investigando as ligações entre a saúde e as alterações climáticas em 2022, em comparação com 2012. Além de 95% das Contribuições Nacionalmente Determinadas atualizadas do Acordo de Paris, agora fazem referência à saúde – acima dos 73% em 2020.
Aqui estão alguns destaques, citados ipsis literis do resumo interativo:
- As mortes relacionadas com o calor de pessoas com mais de 65 anos aumentaram 85% entre 2000 e 2004...
-…. mais do dobro do aumento esperado se as temperaturas não tivessem mudado.
- A perda de capacidade de trabalho relacionada com a exposição ao calor resultou em perdas potenciais médias de rendimento equivalentes a USD 863 bilhões em 2022. Os trabalhadores agrícolas foram os mais afetados.
- Em comparação com 1981–2010, a maior frequência de dias de ondas de calor e meses de seca foi associada a mais 127 milhões de pessoas que sofreram de insegurança alimentar moderada ou grave em 2021.
- O potencial de transmissão da dengue por Aedes aegypti e albopictus aumentou 28,6% e 27,7% respectivamente…
- … e 12,7% mais para a transmissão litorânea do Vibrio em 2022 do que em 1982-2010, colocando em risco um recorde de 1,4 bilhões de pessoas.
- Apenas 70% dos países relataram nível elevado na capacidades de gestão de emergências sanitárias, com grandes desigualdades do Índice de Desenvolvimento Humano entre países …
- … e 27% das cidades declararem preocupação com o fato de os seus sistemas de saúde estarem sobrecarregados pelas alterações climáticas.
- ….as mortes relacionadas com o calor deverão aumentar em 370%.
- ….prevê-se que a perda de mão-de-obra relacionada com o calor aumente em 50%.
- ….mais 524,9 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar moderada a grave.
- Embora modernas fontes renováveis de energia contribuam para 11% da eletricidade produzida nos países mais ricos…
- …..elas representam apenas 2,3% nos países mais desfavorecidos.
- Devido ao uso persistente de combustíveis sujos, a poluição atmosférica doméstica levou, em média, a 140 mortes por 100.000 habitantes em 62 países em 2020.
- … e a poluição atmosférica derivada dos combustíveis causou 1,9 milhões de mortes só em 2020…
- … mortes que poderíamos ter evitado com a transição para energias limpas e renováveis.
E há muito mais. Conclusões amargas e assustadoras baseadas em dados e avaliações científicas (um dos relatórios mais difíceis que lemos até hoje).
Click aqui para o press release e na imagem abaixo para obter um ótimo resumo interativo das principais conclusões (em inglês) do relatório do Lancet, que pode ser acessado aqui, mediante registro.
Precisa de energia e inspiração? Procure este filme ou este breve vídeo:
- "The Global Goals | Halftime 2023". Video apresentado na última UN Sustainable Development Goals Summit em Nova Iorque. (nota: no filme original "Any Other Sunday", de Oliver Stone 1999, Cameron Diaz é dona do time e Al Pacino, o técnico, que incentiva a equipe a reverter o resultado no intervalo do jogo).
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