Quarta-feira, 11 de setembro de 2024.
O International Accounting Standards Board (IASB) abriu consulta pública, propondo oito exemplos para ilustrar como as empresas aplicam as Normas Contábeis IFRS ao relatar os efeitos das incertezas relacionadas ao clima nas suas demonstrações financeiras.
Os casos pretendem exemplificar julgamentos e premissas contábeis, conduzindo ou não a divulgações gerais, específicas e adicionais sobre materialidade, risco de crédito, descomissionamento, provisões para restauração e informações desagregadas.
Os exemplos referem-se a setores frequentemente comentados ou para os quais vários de nós trabalham.
(1) Uma fábrica que opera numa indústria de capital intensivo e está exposta a riscos de transição relacionados ao clima. Para gerir estes riscos, a entidade desenvolveu um plano de transição. A entidade divulga informações sobre o plano num relatório financeiro de finalidade geral fora das demonstrações financeiras, incluindo informações detalhadas sobre como planeja reduzir as emissões de gases de efeito de estufa nos próximos 10 anos. A entidade explica que pretende reduzir estas emissões fazendo investimentos futuros em tecnologias energéticas mais eficientes e alterando suas matérias-primas e métodos de fabricação.
(2) Um prestador de serviços que opera num setor com exposição limitada aos riscos de transição climática. A entidade divulga num relatório financeiro de finalidade geral fora das demonstrações financeiras que tem baixos níveis de emissões de gases de efeito de estufa, explicando que, sempre que possível, utiliza energia renovável e evita atividades de elevada emissão. A entidade também explica como pretende manter as emissões baixas, mantendo a sua atual política de emissões de gases de efeito estufa.
(3) Um grande emissor. A entidade está sujeita à regulamentação de emissões de gases de efeito estufa em algumas das jurisdições em que opera. Esses regulamentos exigem que a entidade adquira licenças de emissão para algumas das suas emissões, resultando em custos (custos de licenças de emissão). A entidade espera que tais regulamentações se tornem mais difundidas no futuro.
(4) Uma operação industrial capital intensiva, exposta a riscos de transição relacionados com o clima que podem afetar a sua capacidade de recuperar o valor contábil de alguns dos seus ativos não correntes.
(5) Uma operação numa jurisdição cujo governo anunciou regulamentação que restringiria a capacidade da entidade de operar e gerar lucros futuros nessa jurisdição.
(6) Uma instituição financeira que oferece uma gama de produtos para diversos tipos de clientes. Como parte das suas práticas de gestão de risco de crédito, a entidade considera os efeitos dos riscos climáticos nas suas exposições ao risco de crédito. A entidade identifica duas carteiras de empréstimos que exigem monitoramento e medidas para mitigar o risco de crédito decorrente dos riscos climáticos:
(a) clientes agrícolas; e
(b) clientes imobiliários corporativos garantidos por imóveis localizados em áreas baixas e sujeitas a risco de inundação.
(7) Um fabricante petroquímico que tem obrigações de descomissionamento e restauração de instalações para suas instalações. A entidade considera que continuará a manter e operar as instalações por um período extremamente longo, mas poderá ser obrigada a fechar algumas de suas instalações petroquímicas mais cedo do que o esperado devido aos esforços de transição para uma economia de baixo carbono.
(8) Proprietário de imobilizado com longa vida útil cuja utilização resulta em elevadas emissões de gases de efeito estufa. A entidade investiu em imobilizado alternativo da mesma classe com menos emissões, mas ainda utiliza imobilizado de alta emissão em grande parte de suas operações.
Os comentários sobre esta consulta pública - incluindo questão se tais exemplos ilustrativos devem acompanhar as Normas Contábeis IFRS - devem ser recebidos até 28 de novembro de 2024.
Clique na imagem abaixo para acessa-la.
Comments