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49ª semana Carbon Credit Markets 2025. Artigo 6 turbina mercados de carbono; novas metodologias MEP, IPCC; IETA; carbon farming UE, avanços Chile, Brasil; LinkedIn e Green Skills; recados Ana Toni

  • Art Dam
  • há 6 horas
  • 8 min de leitura

Segunda-feira, 15 de dezembro de 2025.


Após a COP30, há uma intensa atividade em relação ao Artigo 6, o novo mercado de carbono após o Acordo de Paris e o MDL, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (CDM, Clean Development Mechanism em inglês).


Como bem resumiu Martin Hession, negociador da União Europeia para o Artigo 6 e presidente do Órgão Supervisor do Artigo 6.4, com quem Carbon Credit Markets conversou na COP30: 


Após a fase política, agora a ênfase está na implementação das regras acordadas, na construção de mercados de carbono robustos, na precificação eficaz, em capacity building e na maior atenção à ciência.


Veja a seguir nossos destaques na 49ª semana Carbon Credit Markets 2025, mas antes, o que Ana Toni, Dan Ioschpe e outros comentaram recentemente na AYA Earth Partnes / AYA Hub em São Paulo.



Download COP30 AYA e COP Experience


No dia 11 de dezembro de 2025, participamos de um encontro promovido pela AYA Earth Partnes / AYA Hub, em São Paulo, reunindo lideranças estratégicas do setor público e privado em torno da COP30. Entre os participantes, além dos anfitriões Patrícia Ellen, Edson Higo e equipe, participaram online Ana Toni, CEO da COP30 e presencialmente Dan Ioschpe, UNFCCC High-Level Champion; Ricardo Mussa, Chairman da SBCOP–CNI; Marcelo Pimenta, da Serasa Experian - que celebrou a biodiversidade e o saber popular com três brindes para os participantes: umbu da Caatinga, baru do Cerrado e pimenta Baniwa da Amazônia.


Os mercados de carbono foram citados - por Ana Toni, Dan Iochpe e Ricardo Mussa - com grande expectativa e entusiasmo. Ana chegou até a citar “methane to waste”, a primeira metodologia aprovada para o Artigo 6 pelo Methodological Expert Panel (MEP) - vide matéria abaixo.


Ao responder sobre sua jornada à frente da primeira COP realizada no Brasil, Ana Toni recorreu a uma analogia surpreendente: como um videogame — desafios sucessivos, fases intermináveis e vitórias que só acontecem em equipe. Com o olhar já voltado para além da COP30, ela reforçou a urgência de protagonismo internacional e da capacitação da mão de obra necessária à transição climática. “Ainda falta um locus para isso”, alertou. (Vide artigo mais abaixo, sobre LinkedIn Green Jobs)


Na mesma linha, Dan Ioschpe destacou o avanço expressivo do Texas, nos Estados Unidos, no desenvolvimento de SAF (Sustainable Aviation Fuel), assim como o protagonismo da China na consolidação do green steel. E foi direto ao ponto: cabe ao setor privado agir com rapidez e estratégia — ou outros países ocuparão esse espaço. Uma mensagem clara de que não há mais tempo para esperar pelo setor público. Como disse John F. Kennedy: não pergunte o que seu país pode fazer por você; pergunte o que você pode fazer por seu país.


No dia seguinte, realizamos o download da COP Experience — nossa jornada de motorhome até Belém — e apresentamos os principais insights de nosso relatório final COP30, uma valiosa ferramenta estratégica escrita a várias mãos. Compartilhamos abaixo print de um comentário recebido, que guardamos com especial carinho, e sintetiza o espírito de nosso trabalho:


Comentário recebido por COP Experience em 12 de dezembro de 2025, após a COP30.
Comentário recebido por COP Experience em 12 de dezembro de 2025, após a COP30.

Como diz o provérbio africano: “Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá junto.”



Relatório da IETA The New Carbon Order mostra os mercados de carbono como infraestrutura econômica vital do século XXI


O relatório The New Carbon Order: IETA Greenhouse Gas Report 2025 aponta que os mercados de carbono evoluíram de instrumentos de política climática para se tornarem infraestrutura econômica global, fundamentais para conciliar descarbonização e competitividade; defende a rápida integração de sistemas voluntários e regulados em uma arquitetura coesa, destaca o papel do Artigo 6 do Acordo de Paris como base diplomática e legal para evitar fragmentação, e ressalta a importância da inovação tecnológica — como inteligência artificial, MRV digital e blockchain — para garantir transparência e eficiência, concluindo que o sucesso da transição climática dependerá da colaboração estreita entre governos e setor privado.



IPCC prepara relatório metodológico de 2027 sobre remoção e armazenamento de carbono


A 63ª Sessão Plenária do IPCC, realizada em Lima em outubro de 2025, definiu o escopo e a estrutura do próximo Relatório Metodológico sobre Tecnologias de Remoção de Dióxido de Carbono (CDR) e Captura, Utilização e Armazenamento de Carbono (CCUS). O documento será dividido em seis volumes, cobrindo desde energia e processos industriais até agricultura, resíduos e armazenamento geológico, com destaque para metodologias aplicadas a biochar, intemperismo acelerado, captura direta do ar e ecossistemas costeiros como manguezais e marismas. Entre as inovações estão novos fatores de emissão e remoção, matrizes nacionais de balanço de carbono, critérios de decisão, padrões de qualidade e avaliação de incertezas. O cronograma prevê a seleção de autores em 2026, revisões técnicas e governamentais até 2027 e publicação final no mesmo ano, consolidando o relatório como referência global para a contabilização transparente e científica das tecnologias de carbono. Aqui a decisão da 63ª Sessão Plenária do IPCC em inglês (23 páginas).



Sobre a reunião da Methodological Expert Panel (MEP) de 1-5 de dezembro de 2025


O MEP é um grupo técnico da UNFCCC que apoia o Supervisory Body do Artigo 6.4 do Acordo de Paris, desenvolvendo e revisando metodologias, padrões e orientações para garantir a integridade ambiental das atividades de redução e remoção de emissões. Em sua 10ª reunião realizada em Bonn entre 1 e 5 de dezembro de 2025, poucos dias após a COP30, foram discutidos avanços nas metodologias do Artigo 6.4 do Acordo de Paris, incluindo ferramentas para avaliar riscos de reversão em atividades de remoção, atualização de metodologias herdadas do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) em setores como energia renovável e eficiência de biomassa, além da análise de novas propostas metodológicas para produção de amônia com eletrólise renovável, redução de N₂O na fabricação de ácido nítrico e tecnologias de cocção (cookstoves) mais limpas. Também foram tratados aspectos de governança, harmonização de termos em glossário e abertura de consultas públicas, reforçando a transparência e a integridade ambiental na operacionalização dos mecanismos de mercado de carbono. Veja aqui o relatório da reunião.



Nas questões de conduta dos mercados de carbono, protagonismo vai da Suíça para o Reino Unido


Hospedada dentro da International Emissions Trading Association (IETA), em Genebra, a International Carbon Reduction and Offsetting Alliance (ICROA) anunciou em dezembro de 2025 que encerrará suas operações até o fim de 2026, após quase duas décadas estabelecendo padrões de integridade no mercado voluntário de carbono. Criada em 2008, a entidade foi responsável pelo ICROA Code of Best Practice, referência global em transparência e credibilidade na geração e uso de créditos de carbono. O fechamento marca a transição de responsabilidades para iniciativas britânicas como o Integrity Council for the Voluntary Carbon Market (ICVCM) e o Voluntary Carbon Markets Integrity Initiative (VCMI), que assumem o papel de garantir confiança e harmonização no setor. Vale lembrar que ICVCM e VCMI ganharam força após denúncias do jornal britânico The Guardian sobre Kariba o maior projeto desenvolvido pela suíça South Pole. Mais detalhes sobre a movimentação da ICROA podem ser encontrados no comunicado oficial aqui.



Europa impulsiona certificação e carbon farming para acelerar remoções


A Comissão Europeia aprovou em 1º de dezembro de 2025 regras para implementar o novo quadro voluntário de certificação de remoções de carbono e práticas de carbon farming, reforçando a credibilidade e rastreabilidade dessas ações em todo o bloco. O chamado carbon farming envolve técnicas como restauração de turfeiras e áreas úmidas, sistemas agroflorestais, culturas de cobertura, reflorestamento sustentável e uso eficiente de fertilizantes, que aumentam o sequestro de carbono nos solos e reduzem emissões de gases de efeito estufa. Além disso, três iniciativas adicionais foram lançadas no âmbito da Estratégia de Bioeconomia da UE, ampliando o apoio a projetos que capturam e armazenam carbono de forma sustentável. Com isso, a União Europeia busca consolidar sua liderança global na transição climática, incentivando práticas agrícolas e tecnológicas que reduzem emissões e aumentam a capacidade de sequestro de carbono. Leia mais no press release.



Chile sai na frente na corrida por recursos financeiros e publica regulamento doméstico sobre o Artigo 6


Chile deu um passo rápido e decisivo ao publicar em 13 de dezembro de 2025 (Diário Oficial, CVE 2741615) o regulamento do Artigo 6º do Acordo de Paris, que estabelece regras para certificados de redução ou absorção de emissões. Durante a COP30, já haviam sido registradas importantes evoluções nos mercados de carbono e Artigos 6.2 e 6.4. O decreto reforça princípios de transparência, integridade ambiental, ambição climática e proibição da dupla contabilidade, além de garantir direitos humanos e salvaguardas socioambientais. Aplicável a projetos domésticos e internacionais, o regulamento busca assegurar o cumprimento das metas da NDC chilena e impulsionar o desenvolvimento sustentável. Regulamento em espanhol (30 páginas) disponível para download abaixo.





Brasil cria Comitê Técnico do SBCE com representantes de energia, indústria, mobilidade e resíduos


Publicado em 5 de dezembro de 2025, o Decreto nº 12.768 instituiu o Comitê Técnico Consultivo Permanente do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), presidido pelo Ministério da Fazenda e integrado majoritariamente por representantes do setor público, além de membros da academia e da sociedade civil. O regulamento também garante assentos a alguns setores privados estratégicos — energia, indústria, mobilidade urbana, resíduos, agricultura, pecuária, florestas e uso da terra — que terão influência direta na definição de metodologias de certificados de redução de emissões e nos planos de alocação de recursos. A medida faz parte da estratégia federal de estruturar o sistema regulado, que, segundo a Agência Brasil, terá normas definidas até 2026 e operação prevista para 2030, com potencial de elevar o PIB em até 8,5% até 2050 e reduzir emissões dos setores regulados em até 27%.



E para quem já busca capacitação - prospectiva, construtiva e positiva - nos artigos de Carbon Credit Markets e leu acima o que a Ana Toni comentou no AYA Hub …



Sustentabilidade, diferencial competitivo: LinkedIn destaca países com forte evolução em Green Skills


O LinkedIn Green Skills Report 2025 revela que contratações verdes cresceram quase duas vezes mais rápido que o número de profissionais com essas competências entre 2021 e 2025, e trabalhadores com green skills têm 46,6% mais chances de serem contratados. Pela primeira vez, mais da metade dos novos contratados aplica essas habilidades em funções não tradicionalmente “verdes”, mostrando que sustentabilidade já é vantagem competitiva em todos os setores. Indústrias como utilities (29,6% da força de trabalho com green skills) e tecnologia (11,3% de crescimento anual em contratações verdes) lideram a transformação, impulsionadas por eletrificação, IA e energias renováveis. 


Mais especificamente, o relatório revela que Brasil, Estados Unidos, Índia, Reino Unido e Canadá lideram a corrida por green skills, impulsionados por uma demanda que cresce muito mais rápido do que a formação de talentos — no Brasil, as contratações verdes avançam 10,7% ao ano frente a 5,7% de crescimento do talento disponível; nos Estados Unidos, o ritmo chega a 8,9%, com profissionais verdes tendo 46,5% mais chances de contratação; na Índia, a vantagem é ainda maior, com 59,7%; enquanto Reino Unido (7,8% em contratações vs. 3,4% em talentos) e Canadá (8,7% vs. 3,5%) confirmam que quem domina essas competências ganha clara vantagem competitiva no mercado de trabalho.


O relatório conclui que acelerar a formação em green skills é crucial para garantir inovação, resiliência e crescimento econômico na transição energética global. Relatório em inglês (41 páginas) disponível para download abaixo.




Sobre eventos, anote ai:


🇧🇴 Bolivia Carbon Forum, Santa Cruz, Bolivia - 5 de marzo 2026


🇵🇾 Paraguay Carbon Forum, Asunción, Paraguay - 25 y 26 de marzo 2026



Carbon Credit Markets é canal educativo e mídia referência nos mercados de carbono, membro da coalisão COP Experience, com forte presença digital e audiência global em mais de 100 países, o site número 1 no Brasil e o 17º mais influente do mundo, segundo o FeedSpot.



Mosaico Carbon Credit Markets Week 49
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