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48ª semana Carbon Credit Markets 2025. Artigos 6.2, 6.4, MDL; Singapura; coalizões; hidrogênio 🇪🇺; Climate TRACE; GRI; ISSB e TNFD; Blue Carbon Cercarbono; UNFCCC e savanas; Colômbia y Comb. Fósiles

  • Art Dam
  • 7 de dez.
  • 5 min de leitura

Segunda-feira, 08 de dezembro de 2025.


48ª semana Carbon Credit Markets 2025. 


Nesta edição, destacamos as decisões sobre os artigos 6.2 e 6.4, incluindo a transição do MDL/CDM e os avanços da COP30, além do Protocolo de Crédito sobre o artigo 6.2 lançado por Singapura com Verra e Gold Standard e das novas coalizões internacionais. Trazemos também os €6 bilhões da União Europeia para hidrogênio e inovação, a ferramenta da Climate TRACE para descarbonização, o mapeamento da GRI para planos net-zero, os avanços do ISSB e TNFD em métricas de natureza, as consultas públicas da Cercarbono sobre Blue Carbon, da UNFCCC sobre incêndios em savanas, e a 1ª Conferência Internacional da Colômbia para la Eliminación Progresiva de los Combustibles Fósilesem 2026.



Créditos de Carbono


Decisões sobre Artigo 6.2 e 6.4 na COP30 e pontos de atenção.

O Artigo 6.2 do Acordo de Paris promove cooperações bilaterais e multilaterais entre países para a troca de resultados de mitigação (ITMOs) e o Artigo 6.4 estabelece um mecanismo centralizado de crédito de carbono da ONU como sucessor do MDL (CDM).


A decisão sobre o Artigo 6.2 na COP30 trouxe avanços procedimentais ao acolher a primeira rodada de Revisões Técnicas de Especialistas (Suíça, Gana, Tailândia, Vanuatu, Guiana e Suriname) e ao reforçar a necessidade de resolver inconsistências já identificadas, mas não apresentou novas diretrizes substantivas, mantendo incertezas regulatórias para governos e empresas. O texto prevê próximos passos como um diálogo interativo em novembro de 2026 e a elaboração de um paper técnico sobre financiamento e infraestrutura até junho de 2026, visando subsidiar decisão formal na COP31. Reafirma-se ainda a importância da capacitação, destacando iniciativas como a Article 6 Implementation Partnership liderada pelo Japão.


Quanto ao Artigo 6.2, destacam-se iniciativas de alguns países asiáticos (Japão, Singapura e Coreia do Sul) e dos europeus fora da zona do Euro (Suécia, Suíça e Noruega). 


As decisões sobre o Artigo 6.4 e o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (CDM) durante a COP30 estabeleceram medidas de transição regulatória e financeira até 2026, incluindo a extensão do prazo para aprovação da migração de projetos até junho desse ano. Apesar disso, o texto trouxe apenas orientações genéricas sobre metodologias e padrões, sem detalhamento operacional, deixando indefinições até que as regras sejam revisitadas em 2028. Questões relevantes, como os limites de mandato do órgão supervisor (SBM), a relação entre NDCs e o Artigo 6.4, a vinculação com REDD+ (permanência) e relação com TFFF, ficaram de fora.


O Artigo 6.4 já conta com uma primeira metodologia aprovada - uso do metano produzido em aterros sanitários para geração de energia - além de outras 25 em desenvolvimento em áreas como hidrogênio, renováveis, eficiência energética e fogões limpos, pelo Methodological Expert Panel (MEP), responsável por avaliar e validar metodologias, órgão de apoio do SBM.


Sobre a transição do MDL, trata-se de tema relevante para países como o Brasil, que já foi o terceiro maior vendedor de créditos de carbono do mundo, atrás de China e India, e chegou a ter o mecanismo como o 11º item da balança comercial.


Vale resumir isso tudo com o posicionamento de Martin Hession, negociador da União Europeia para o Artigo 6 e presidente do Órgão Supervisor do Artigo 6.4 - com quem Carbon Credit Markets conversou em Belém - que em recente webinar pela TheCityUK indicou que após a fase política, agora a ênfase está na implementação das regras acordadas, na construção de mercados de carbono robustos, na precificação eficaz, em capacity building e na maior atenção à ciência.



Protocolo de Crédito do Artigo 6.2 une Singapura, Verra e Gold Standard

O Governo de Singapura, em parceria com Verra e Gold Standard, lançou o Article 6.2 Crediting Protocol, criado para aproveitar a infraestrutura já consolidada dos Programas Independentes de Crédito (ICP) na gestão de atividades de mitigação, medição, reporte e verificação (MRV), além da emissão de créditos de carbono. A iniciativa busca fortalecer a mobilização de financiamento climático ao simplificar e harmonizar a implementação do Artigo 6.2 do Acordo de Paris entre diferentes países e programas independentes.



Iniciativas paralelas à COP30 que reforçaram coalizões de mercados de carbono

Além das negociações formais, a COP foi marcada pelo surgimento de novas iniciativas voltadas aos mercados de carbono:

  • Article 6 Ambition Alliance

  • Open Coalition on Compliance Carbon Markets

  • Coalition to Grow Carbon Markets


Relembre esse post da semana passada.



Cercarbono abre consulta pública para metodologia de Blue Carbon

Cercarbono lançou consulta pública - até 28 de dezembro de 2025 - para a metodologia Blue Carbon em zonas úmidas costeiras, cobrindo manguezais, pradarias marinhas e marismas. A proposta segue padrões do IPCC e busca garantir integridade ambiental e transparência em projetos de carbono azul.



Outros Destaques


União Européia anuncia €6 bilhões para hidrogênio e inovação

A Comissão Europeia anunciou a 3ª rodada do European Hydrogen Bank e o Innovation Fund 2025, com €6 bilhões disponíveis para projetos de hidrogênio e tecnologias net-zero. Alemanha e Espanha reforçaram com fundos nacionais, consolidando o modelo Auction-as-a-Service.



Climate TRACE apresenta ferramenta que identifica soluções potenciais para redução de emissões em todo no mundo.

A iniciativa Climate TRACE lançou o Emissions Reduction Roadmap, que fornece dados em nível de instalação para apoiar planos de descarbonização em qualquer escala. A ferramenta identifica soluções práticas para reduzir emissões em setores críticos.



GRI lança ferramenta para alinhar planos corporativos ao net-zero

A Global Reporting Initiative apresentou um novo mapeamento que ajuda empresas a alinhar planos de transição climática com padrões da ONU e orientações científicas para o net-zero. A ferramenta fortalece a integração entre relatórios corporativos e compromissos globais.



ISSB e TNFD avançam em métricas de natureza

O International Sustainability Standards Board anunciou que seu próximo foco será harmonizar métricas e divulgações relacionadas à natureza, em colaboração com a TNFD. O objetivo é criar padrões globais que complementem os já existentes IFRS S1 e S2.



UNFCCC abre consultas sobre nova metodologia de manejo de incêndios em savanas e ajustes correspondentes

A UNFCCC lançou duas consultas públicas: uma sobre a nova metodologia do Paris Agreement Crediting Mechanism (PACM) voltada ao manejo de incêndios em savanas, que visa reduzir emissões de metano (CH₄) e óxido nitroso (N₂O), e outra sobre ajustes correspondentes, buscando opiniões sobre implicações para o cumprimento das NDCs. As consultas estão abertas até 11 e 31 de dezembro de 2025 respectivamente e reforçam o papel da participação pública na evolução do Mecanismo de Crédito do Artigo 6.4.



Colômbia anuncia 1ª Conferência Internacional para “la Eliminación Progresiva de los Combustibles Fósiles

Aunque esta COP30 no permitió avanzar en esa dirección”, o Ministério de Ambiente da Colômbia confirmou a realização da 1ª Conferência Internacional para a Eliminação Progressiva de Combustíveis Fósseis, marcada para 28 e 29 de abril de 2026 em Santa Marta. O encontro reunirá países, cidades, cientistas e sociedade civil para construir rotas concretas e justas de transição energética, reafirmando o compromisso colombiano de transformar discursos em ação após a COP30.




Carbon Credit Markets é canal educativo e mídia referência nos mercados de carbono, membro da coalisão COP Experience, com forte presença digital e audiência global em mais de 100 países, o site número 1 no Brasil e o 17º mais influente do mundo, segundo o FeedSpot.




Mosaico Carbon Credit Markets Week 48
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“Nothing in life is to be feared, it is only to be understood. Now is the time to understand more, so that we may fear less.”

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