46ª semana Carbon Credit Markets 2025. COP30, CMA7, Artigo 6, Climate Technology Centre, Equitable Earth, registro da USP, Gana e Indonésia ampliam mercados, Singapura e ICAO reforçam integridade
- Art Dam
- há 30 minutos
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Segunda-feira, 24 de novembro de 2025.
46ª semana Carbon Credit Markets 2025. Créditos de carbono em perspectiva: com foco em expansão internacional, os artigos selecionados para hoje apontam os caminhos que começam a se desenhar após a COP30, destacando tendências globais e oportunidades.
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Destaques da Semana
COP30 em Belém, CMA7 avança no Artigo 6, Climate Technology Centre estendido até 2041, Equitable Earth lança metodologia REDD+, USP cria registro científico de créditos, Gana e Indonésia ampliam mercados bilionários, Singapura e ICAO reforçam integridade internacional.
COP30
Mercados de carbono, cooperação internacional e tecnologia: os destaques da CMA 7 na COP30
O CMA 7 é a sétima reunião das Partes do Acordo de Paris, realizada em conjunto com a COP 30 em 2025, onde os países que ratificaram o acordo se reúnem para tomar decisões sobre sua implementação — incluindo regras de mercados de carbono (Artigo 6), financiamento, adaptação, transparência e apoio tecnológico. Abaixo as últimas atualizações até o fechamento dessa edição (início do último dia da COP30, 21 de novembro de 2025).
Artigo 6.4 – Créditos de carbono internacionais
Na CMA 7, o mecanismo do Artigo 6.4 avançou com a aprovação da primeira metodologia para projetos de gás de aterro, estabelecendo padrões rigorosos de integridade ambiental e reforçando a transparência na participação de comunidades locais e indígenas. Além disso, foi estendido até junho de 2026 o prazo de transição de projetos do antigo MDL, com prioridade para revisão de metodologias, e prevista uma revisão geral das regras em 2028.
Artigo 6.2 – Abordagens cooperativas entre países
O relatório de 2025 sobre abordagens cooperativas foi acolhido na CMA 7, registrando 39 iniciativas e concluindo a primeira rodada de revisões técnicas, que identificou inconsistências e reforçou a necessidade de evitar dupla contagem. O processo prevê um diálogo interativo em novembro de 2026 e a atualização contínua do manual de referência do Artigo 6.2, com apoio especial a países menos desenvolvidos e pequenos Estados insulares.
Climate Technology Centre – Revisão de funções
O mandato do Climate Technology Centre (CTC) foi estendido até 2041, com funções revisadas válidas a partir de 2027, incluindo apoio a países em desenvolvimento, fortalecimento da inovação nacional, promoção da cooperação internacional e estímulo a parcerias público-privadas. Após a COP30/CMA7, iniciou-se o processo de seleção de um novo host, com critérios de governança, capacidade técnica e gestão financeira, garantindo continuidade das operações durante a transição.
Equitable Earth lança nova metodologia REDD+ na COP30
Na COP30, realizada em Belém, a Equitable Earth apresentou uma nova metodologia REDD+ voltada para acelerar projetos de conservação florestal liderados por comunidades, com foco em garantir maior integridade e credibilidade no mercado de créditos de carbono. A iniciativa busca fortalecer a participação local, ampliar benefícios sociais e ambientais e oferecer um modelo robusto para geração de créditos de alta qualidade, alinhados às metas globais de mitigação climática. Leia mais a respeito.
Panorama Internacional dos Créditos de Carbono
Carbon Market Platform celebra 10 anos e projeta futuro da precificação de carbono
O 10º encontro da Carbon Market Platform ocorreu em Ottawa, no Canadá, entre 9 e 10 de outubro de 2025, reunindo representantes de governos, setor privado e sociedade civil. Ele acontece para promover cooperação internacional e fortalecer a precificação de carbono como instrumento de redução de emissões, além de avaliar avanços da última década e discutir o futuro da implementação do Artigo 6 do Acordo de Paris. O diálogo também busca alinhar estratégias sobre creditação em escala ampliada e preparar novas iniciativas para a COP30 em Belém.
RCGI-USP Carbon Registry: Ciência que transforma o mercado de carbono.
O RCGI-USP Carbon Registry é o primeiro registro de créditos de carbono criado por um centro acadêmico no Brasil, unindo ciência, transparência e impacto socioambiental. Desenvolvido pela Universidade de São Paulo com metodologias auditadas internacionalmente e foco em Clima, Comunidade e Biodiversidade (CCB), ele garante que projetos de tecnologia, reflorestamento e conservação gerem benefícios reais para o planeta e para as pessoas. Alinhado ao Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), o registro exige impacto social e científico, promovendo inovação e sustentabilidade em biomas como Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica, e oferecendo credibilidade e rastreabilidade para quem busca transformar o mercado de carbono com base na ciência.
Gana amplia mercado de carbono com projeção bilionária e foco em participação local
Gana está expandindo sua atuação no mercado de carbono com projeções de mais de US$ 1 bilhão em receitas até 2030, segundo o Carbon Market Office (CMO), que já disponibilizou 24 milhões de toneladas métricas de créditos sob o Artigo 6.2 do Acordo de Paris; o Parlamento incentiva empresas locais a aproveitarem esse potencial, destacando oportunidades econômicas e ambientais, enquanto o CMO promove a capacitação de negócios nacionais para atuarem em áreas técnicas como auditoria e validação de projetos ; além disso, três empresas lançaram projetos de carbono no setor de cacau, com foco em agroflorestas, fogões ecológicos e biochar, visando remover 4 milhões de toneladas de gases de efeito estufa e gerar até US$ 80 milhões em créditos.
Indonésia pretende comercializar 13,4 bilhões de toneladas de créditos de carbono
O ministro das Florestas da Indonésia, Raja Juli Antoni, afirmou que o país poderá gerar até 13,4 bilhões de toneladas de créditos de carbono comercializáveis até 2050. O valor econômico anual dessa potencialidade pode variar entre IDR 41,7 trilhões (US$ 2,6 bilhões) e IDR 127,98 trilhões (cerca de US$ 8 bilhões), dependendo do preço do carbono no mercado internacional. A estimativa considera valores entre US$ 5 e US$ 15 por tonelada de CO₂. Para viabilizar essa economia de carbono, o presidente Prabowo Subianto sancionou o Regulamento Presidencial nº 110 de 2025, que estabelece diretrizes para o mercado de carbono e o controle das emissões de gases de efeito estufa, alinhando à NDC do país.
Singapura lança iniciativas para impulsionar mercados de carbono de alta integridade
No último dia 28, durante a Singapore International Energy Week (SIEW), o governo de Singapura anunciou novas iniciativas para apoiar o desenvolvimento de mercados de carbono com alta integridade. Entre os destaques está o lançamento do Carbon Markets Guide for Singapore-based Buyers, que oferece orientações práticas para empresas locais adquirirem créditos de carbono de forma responsável. Também foi anunciada a criação do Centre for Climate Action and Governance pela Universidade Nacional de Singapura (NUS), com apoio da Temasek Foundation, para promover capacitação e pesquisa em governança climática. As medidas reforçam o compromisso de Singapura em se tornar um centro global confiável para transações de carbono, alinhado a padrões internacionais e à meta nacional de emissões líquidas zero até 2050.
Singapura, Gold Standard e Verra lançam protocolo do Artigo 6.2
Singapura, em parceria com Gold Standard e Verra, publicou um novo protocolo de credenciamento para o Artigo 6.2do Acordo de Paris, estabelecendo diretrizes para a geração e transferência de créditos de carbono entre países. A iniciativa busca fortalecer a transparência e a integridade ambiental, oferecendo um modelo prático para implementar mecanismos de cooperação internacional e apoiar metas de redução de emissões. Link oficial.
Aviação internacional ganha novos créditos de carbono aprovados pela ICAO
A Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) publicou a edição atualizada de outubro de 2025 sobre as unidades elegíveis de emissões no esquema CORSIA, detalhando os critérios de integridade ambiental e social que os programas devem atender para fornecer créditos de carbono. O documento, aprovado pelo Conselho da ICAO com recomendações do TAB (Technical Advisory Body), lista os programas autorizados para os períodos de conformidade 2021-2023, 2024-2026 e 2027-2029, reforçando a importância da transparência e da credibilidade no mercado de compensações da aviação internacional. Aqui o press release.
Carbon Direct compra Pachama e agita mercado de carbono
A operação une a experiência da Carbon Direct em consultoria e desenvolvimento de créditos de carbono de alta qualidade com a plataforma digital da Pachama, que utiliza inteligência artificial e imagens de satélite para garantir maior transparência e rigor na verificação de projetos de remoção, compensação de emissões e melhor monitoramento de projetos florestais.
Com a integração, empresas e desenvolvedores de projetos terão acesso a ferramentas mais sofisticadas de avaliação e monitoramento, acelerando a escala de soluções baseadas na natureza e aumentando a confiança no mercado voluntário de carbono. O movimento sinaliza uma etapa de maturidade para o setor, ao combinar ciência e tecnologia em prol da credibilidade e da expansão das iniciativas climáticas. Aqui o press release da Carbon Direct.
2025 State of the Voluntary Carbon Market (SOVCM), da Ecosystem Marketplace
Estudo lançado há alguns meses revela que o mercado de carbono voluntário está em transição, com foco crescente na qualidade e integridade dos créditos. Apesar da queda de 25% no volume de transações em 2024, os preços recuaram apenas 5,5% e a demanda se manteve resiliente, refletindo a adaptação do setor a padrões mais rigorosos e à preferência por créditos de remoção e projetos recentes. Especialistas apontam que os novos frameworks regulatórios são vistos como avanços positivos rumo a um mercado mais confiável e de alto padrão.
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COP Experience é uma iniciativa estratégica que conecta empresas e instituições à COP30, que será realizada em novembro de 2025. O projeto oferece presença qualificada, visibilidade global e impacto real na agenda climática internacional.





