45ª semana Carbon Credit Markets 2025. Brazil na Coalizão de Carbono; Belém, Salvador e Bogotá avançam mobilidade; preços EU ETS e créditos voluntários; UNFCCC; SEMC; créditos de concessões florestais
- Art Dam
- há 3 horas
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Segunda-feira, 17 de novembro de 2025.
45ª semana Carbon Credit Markets 2025. Créditos de carbono na reta final das negociações da COP30: com foco no aprofundamento técnico, na integração de mercados e em posicionamentos estratégicos.
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Destaques da Semana
Além da COP30, a entrada do Brasil na Coalizão Aberta de Mercados Regulados de Carbono, experiências inspiradoras de Belém, Salvador e Bogotá, o preço do carbono em alta na EEX, orientações práticas do Artigo 6 da UNFCCC, explicação sobre o funcionamento do CARP, a criação de um órgão provisório para gerir o mercado doméstico e avanços na regulamentação de créditos de carbono em concessões florestais.
COP30
Brasil adere à Coalizão Aberta de Mercados Regulados de Carbono.
A Coalizão é uma iniciativa internacional que promove cooperação entre países com sistemas de comércio de emissões para enfrentar a crise climática. A medida está alinhada ao Projeto de Lei nº 412/2022, que propõe a criação de um mercado regulado de carbono no país. A coalizão — que já conta com Brasil, China, União Europeia, Reino Unido, Canadá, Chile, Alemanha, México, Armênia, Zâmbia e França — busca garantir reduções reais de emissões, fortalecer a integridade ambiental e facilitar a interoperabilidade entre mercados.
Cidades que fazem acontecer, com apoio do setor privado: casos de Belém, Salvador e Bogotá.
Na primeira semana da COP30, participamos do painel “Resilient Cities: Urban Mobility and Climate Action – How Innovation Can Help”, organizado pela AYA HUB, trazendo ótimas experiências nas cidades de Belém e Salvador, com destaque para a eletrificação da frota de ônibus. O painel também incluiu o representante do iFood, que surpreendeu com novidades nas perspectivas ambiental e social.
Vale citar o caso de Desde 2018, Bogotá, que foi destaque no Earthshot Prize 2025, em premiação recente no Rio de Janeiro. A cidade reduziu em 24% a poluição do ar, beneficiando 8 milhões de pessoas. Com US$ 19,9 bilhões em transporte limpo, mais de 1.400 ônibus elétricos, 100 km de corredores de baixa emissão e a construção da primeira linha de metrô, a cidade espera evitar 300 mil toneladas de CO₂ até 2028, o equivalente a 65 mil carros fora das ruas.
Panorama Internacional dos Créditos de Carbono
Preço do Carbono em Alta na EEX: Panorama do ETS Europeu e Mercado Voluntário.
A European Energy Exchange (EEX) é a principal bolsa de energia da Europa, negociando eletricidade, gás natural, hidrogênio, créditos de carbono e produtos agrícolas. No EU ETS 🇪🇺, realiza leilões de permissões de emissão de CO₂, com preços acima de €78 por tonelada, e lançou o CBAM Reference Price para calcular custos de carbono em importações. Já no mercado voluntário, os créditos têm preço médio de US$ 4,80 por tonelada, enquanto o Brasil lidera regionalmente com 40% dos projetos VCS e 25,6% das emissões evitadas, destacando-se em reflorestamento e conservação. Acesse o site da EEX para explorar dados em tempo real e conhecer os produtos ambientais disponíveis.
Artigo 6, Série Explicativa da UNFCCC oferece orientações práticas sobre os mecanismos cooperativos do Acordo de Paris.
O primeiro módulo ensina como preencher o Formulário, abordando responsabilidades, contribuições para o desenvolvimento sustentável, tipos de atividades compatíveis com os compromissos climáticos nacionais (NDCs ou LT-LEDs) e aspectos metodológicos do mecanismo. Destina-se a representantes de governos, autoridades nacionais designadas, organizações envolvidas em projetos de redução de emissões e especialistas em políticas climáticas. O conteúdo está disponível em formato interativo neste link, e novos módulos serão publicados no site oficial da UNFCCC.
Como funciona o CARP da UNFCCC na troca de créditos de carbono entre países.
A plataforma CARP da UNFCCC é o sistema oficial de contabilidade e transparência para transações internacionais de créditos de carbono, conforme o Artigo 6.2 do Acordo de Paris. Mesmo em acordos bilaterais ou multilaterais, os países devem reportar suas atividades para garantir rastreabilidade, evitar dupla contagem e cumprir suas NDCs com integridade. O sistema padroniza relatórios e revisões técnicas independentes, funcionando como um cartório climático internacional que fortalece a governança global e alinha os mercados voluntários e cooperativos aos princípios do acordo. Clique aqui e veja se seu país já usa a ferramenta.
Iniciativas nos Mercados de Créditos de Carbono
Brasil Cria Órgão Provisório para Gestão do Mercado Doméstico de Carbono.
Publicado no último dia 16 de outubro, o Decreto nº 12.677 institui a Secretaria Extraordinária do Mercado de Carbono (SEMC), vinculada ao Ministério da Fazenda, com a missão de implementar e gerir provisoriamente o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), conforme previsto na Lei nº 15.042/2024. A medida representa um passo estratégico rumo à operacionalização do mercado nacional de carbono, com foco na construção da infraestrutura regulatória e tecnológica necessária, como o Registro Central e os sistemas de monitoramento, relato e verificação (MRV). A SEMC também atuará para alinhar o SBCE a padrões internacionais e contará com apoio técnico de instituições nacionais e internacionais, incluindo o Banco Mundial. O decreto ainda promove alterações na estrutura do Ministério da Fazenda e entra em vigor em 6 de novembro de 2025.
Regulamentação dos créditos de carbono em concessões florestais.
O novo decreto publicado pelo Governo brasileiro no último dia 17 autoriza concessionários de florestas públicas a gerar e comercializar créditos de carbono usando metodologias internacionais, destravando investimentos em projetos de conservação e restauração florestal. Pela primeira vez, essas concessões poderão acessar o mercado voluntário de carbono com segurança jurídica, transformando a proteção ambiental em receita adicional e alinhando o país às metas climáticas de zerar o desmatamento ilegal até 2030 e restaurar 12 milhões de hectares de vegetação nativa.
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COP Experience é uma iniciativa estratégica que conecta empresas e instituições à COP30, que será realizada em novembro de 2025. O projeto oferece presença qualificada, visibilidade global e impacto real na agenda climática internacional.





