42ª semana Carbon Credit Markets 2025. Hidrogênio verde: IEA, Plug Power, Sines, Chile, Guiana Francesa, China, NEOM, Japão, Namíbia, Brasil e novas fronteiras científicas na transição energética
- Art Dam
- há 2 horas
- 7 min de leitura
Segunda-feira, 27 de outubro de 2025.
Na 42ª semana Carbon Credit Markets 2025, seguimos em ritmo acelerado rumo à COP30.
Como antecipamos na semana passada, nossa cobertura ganhou novo ritmo e formato — refletindo a intensidade dos debates e os primeiros avanços que já movimentam a COP30 em Belém.
Para acompanhar cada passo dessa jornada de mais de 6 mil quilômetros até a porta de entrada da Amazônia, conecte-se às redes sociais da Carbon Credit Markets e da coalizão COP Experience. Traremos atualizações estratégicas direto da conferência. Os links úteis estão ao final da página.
Na última edição, nosso artigo sobre o Agronegócio teve ampla repercussão e foi seguido por uma série de anúncios oficiais relevantes. A seguir, alguns destaques:
E sem nos distanciarmos dos Créditos de Carbono, hoje exploramos o Hidrogênio: a nova e silenciosa revolução industrial? Ao longo do artigo, você verá que as grandes transformações nem sempre fazem barulho — e essa ideia se confirma com ainda mais clareza na conclusão do artigo de hoje.
O panorama global do hidrogênio verde se fortalece com o relatório da IEA e a criação da plataforma de preços à vista pela Plug Power e S&P Global Platts, sinalizando evolução do mercado. A parceria entre Daimler Truck, Porto de Hamburgo e Kawasaki reforça a infraestrutura logística, enquanto Portugal avança com um eletrolisador de 100 MW em Sines.
Na América Latina, o Chile acelera com projeto de hidrogênio verde e e-fuels em Punta Arenas, enquanto a Guiana Francesa entra na corrida com iniciativas promissoras, refletindo a expansão geográfica da transição energética. Por fim, a China apresenta embarcações movidas a hidrogênio na COP30, simbolizando o avanço da mobilidade limpa e o engajamento climático em escala internacional.
Por fim, destacamos uma série de artigos cobrindo avanços globais no hidrogênio verde: da megausina NEOM na Arábia Saudita à produção nuclear nos EUA, infraestrutura na China e Europa, pioneirismo japonês, expansão africana com a Namíbia, potencial natural no Brasil e a olivina como nova fronteira científica.
Boa leitura — enquanto seguimos aguardando as NDCs de players estratégicos como União Europeia, China, Índia, Indonésia e México. Por outro lado, vale destacar que Malásia e África do Sul oficializaram suas contribuições no último dia 24 de outubro.
O relatório Global Hydrogen Review 2025 da Agência Internacional de Energia (IEA) oferece uma visão estratégica sobre o avanço da economia do hidrogênio, destacando o crescimento de projetos, políticas e investimentos em escala global. Com foco em acelerar a produção e uso de hidrogênio de baixo carbono, o documento analisa os desafios regulatórios, tecnológicos e financeiros que ainda limitam seu potencial — e propõe caminhos para ampliar sua contribuição à transição energética.
Parceria Plug Power e S&P Global Platts : 1ª plataforma de preços à vista para hidrogênio verde.
A plataforma permite a compra de hidrogênio líquido de forma imediata, sem as restrições de contratos de longo prazo. A flexibilidade proporcionada por esse novo mercado à vista permite que clientes, como varejistas, fabricantes industriais e operadores de usinas, otimizem suas fontes de hidrogênio de maneira eficiente, reagindo rapidamente às flutuações na demanda energética. O press release também menciona que a S&P Global Platts publicará preços semanais com base na produção e demanda da Plug Power. Todas as 3 plantas operacionais da Plug nos Estados Unidos participam desse programa, com uma capacidade combinada de produção de aproximadamente 45 toneladas por dia. Clique para o press release.
No último dia 22 de outubro de 2025, Daimler Truck AG, o Porto de Hamburgo na Alemanha (Hamburger Hafen und Logistik AG, HHLA) e a Kawasaki Heavy Industries Ltd. assinaram um Memorando de Entendimento durante a Hydrogen Technology World Expo, para desenvolver uma cadeia internacional de suprimento de hidrogênio líquido verde. A parceria visa importar hidrogênio renovável para a Europa via Porto de Hamburgo, com distribuição para o interior do continente, aproveitando a infraestrutura logística da HHLA — uma das principais operadoras portuárias e intermodais da Europa. Combinando a expertise tecnológica da Kawasaki e o compromisso da Daimler com transporte zero emissão, o projeto busca acelerar a descarbonização do setor de mobilidade pesada e consolidar o papel estratégico do hidrogênio líquido na transição energética europeia.
Portugal na Vanguarda do Hidrogênio Verde: Plug Power Entrega Eletrolisador para Projeto de 100 MW em Sines.
Em press release de 3 de outubro, a Plug Power anunciou a entrega de seu primeiro eletrolisador para o projeto de hidrogênio verde de 100 MW na refinaria da Galp em Sines — uma das maiores da Europa, localizada na costa sudoeste de Portugal. O sistema é capaz de produzir até 15 toneladas de hidrogênio por dia, reforçando o papel estratégico da refinaria na transição energética e na distribuição de energia limpa.
Não é a primeira vez que destacamos projetos de hidrogênio verde naquela região. Em maio de 2024, mencionamos a Madoqua Renewables, vencedora com o projeto MadoquaPower2X, também sediado em Sines.
A Europa acelera de forma estratégica e financeiramente robusta rumo ao hidrogênio renovável, com investimentos bilionários e políticas públicas voltadas à descarbonização industrial e à segurança energética. Alemanha, França e Portugal lideram iniciativas de larga escala, enquanto a Comissão Europeia impulsiona incentivos e regulações para construir uma cadeia de valor competitiva e sustentável. O hidrogênio verde desponta como peça-chave para atingir metas climáticas e reduzir a dependência de combustíveis fósseis, especialmente em setores difíceis de descarbonizar como transporte pesado e indústria química.
Hidrogênio Verde e E-fuels no Extremo Sul do Chile Ganhando Escala Global.
Em novembro 2022 os leitores de Carbon Credit Markets puderam ler sobre o projeto Haru Oni, desenvolvido pela HIF Global em Punta Arenas, Chile, como uma iniciativa pioneira na produção de combustíveis sintéticos neutros em carbono. Utilizando energia eólica para gerar hidrogênio verde, que é combinado com CO₂ capturado da atmosfera, a planta produz metanol e gasolina sintética que pode abastecer veículos convencionais. Com parceiros como ExxonMobil e Porsche, o projeto então já havia produzido seus primeiros litros de e-fuel e representa um avanço significativo na transição energética global.
Pois em setembro de 2025, a iniciativa continua avançando como referência global na produção de combustíveis sintéticos neutros em carbono. A planta já realizou exportações comerciais, opera com certificação ISCC Plus e prepara a instalação de uma unidade de captura direta de carbono do ar (DAC). Com apoio de parceiros internacionais e destaque em eventos como a 43ª reunião do IPHE, o projeto planeja expandir sua capacidade de produção para até 550 milhões de litros anuais até 2027, consolidando o Chile como polo estratégico na transição energética.
Guiana Francesa acelera na corrida do hidrogênio verde. Assim como diversos locais do Mundo.
Desde a publicação do artigo original em novembro de 2022 no portal Carbon Credit Markets, atualizado em abril de 2024, o projeto CEOG (Centrale Électrique de l’Ouest Guyanais) avançou significativamente. Em janeiro de 2025, foram instalados 26 tanques de armazenamento de hidrogênio, um marco essencial na infraestrutura da usina. Em abril de 2025, a HDF Energy iniciou a instalação das células a combustível, que converterão o hidrogênio em eletricidade, garantindo fornecimento contínuo mesmo sem sol. Com capacidade para abastecer cerca de 10 mil residências, a CEOG se consolida como a primeira usina multi-megawatt de hidrogênio verde do mundo.
O projeto integra um parque solar de 55 MWp, um eletrolisador de 16 MW com produção estimada de 600 toneladas de hidrogênio verde por ano, além de sistemas de armazenamento e conversão energética de última geração. Essa combinação representa um modelo inovador e escalável para regiões com déficit energético, como o oeste da Guiana Francesa, inclusive como citamos em entrevista recente na TV. A CEOG reforça o papel da Guiana na transição energética global e serve como vitrine tecnológica para soluções limpas e sustentáveis.
Aqui você pode acompanhar os próximos passos e se impressionar com os detalhes técnicos dos projetos HDF Energy em todos os continentes.
Embarcações a hidrogênio na COP30. Com tecnologia desenvolvida pela montadora chinesa GWM, serão apresentadas oficialmente em Belém, representando um marco para o transporte marítimo sustentável e para a transição energética global.
Carbon Credit Markets e o portal parceiro Hydrogen Markets têm inúmeras publicações práticas sobre como o uso do hidrogênio tem evoluído estrategicamente desde 2022. Abaixo uma seleção para você reler.
Arábia Saudita. A maior usina de hidrogênio verde do mundo. O projeto NEOM Green Hydrogen está em fase avançada de construção, com produção prevista para iniciar até o final de 2026.
Estados Unidos. Primeira produção de hidrogênio limpo a partir de energia nuclear.
China. O primeiro gasoduto de hidrogênio de longa distância.
Europa. Sobre o pipeline submarino para hidrogênio entre Espanha e França.
Japão. Pioneirismo no potencial energético do hidrogênio.
Namíbia, Hidrogênio Verde. De Potencial a Fornecedor Chave de Usos Industriais na Europa.
Brasil. Sobre o alto potencial de hidrogênio natural da bacia do rio São Francisco.
Olivina. Um novo super mineral na produção de hidrogênio natural e captura marinha de CO2?
Tecnologia e o PatentScope da World Intellectual Property Organization (WIPO). Para você ver o que já existe sobre tecnologias patenteadas (que um dia você terá que pagar para usar, caso não tenha sido você mesmo quem patenteou …).
Para encerrar, uma sugestão simples e valiosa: ao se deparar com manchetes como “a primeira do mundo” ou “a solução definitiva”, vale olhar com curiosidade crítica. Nem toda inovação faz barulho — as principais acontecem longe dos holofotes. A seguir, alguns exemplos inspiradores sobre o uso do hidrogênio nos transportes.
Aviação. Lançado pela União Soviética em 1988, o Tupolev Tu-155 é considerado o primeiro avião experimental do mundo movido a hidrogênio líquido. Mais recentemente, em 2022 a norte americana Pratt & Whitney lançou o HySIITE (Hydrogen Steam Injected, Inter-Cooled Turbine Engine), conceito inovador que combina hidrogênio com outras tecnologias para turbinas. A Pratt & Whitney realizou testes promissores e continua aprimorando a tecnologia para implantação futura.
Navegação. Em 2021 a empresa norueguesa Norled lançou o MF Hydra, reconhecido como o primeiro navio comercial do mundo movido a hidrogênio, operando com um sistema híbrido de células de combustível e baterias em uma rota regular na Noruega, marcando um avanço pioneiro na descarbonização do transporte marítimo.
Ferroviário. A empresa polonesa PESA lançou em setembro de 2023 a primeira locomotiva de manobras movida a hidrogênio da Europa, com emissão zero e foco em operações ferroviárias sustentáveis.
Carbon Credit Markets é canal educativo e mídia referência nos mercados de carbono, com forte presença digital e audiência global em mais de 100 países, o site número 1 no Brasil e o 19º mais influente do mundo, segundo o FeedSpot.
COP Experience é uma iniciativa estratégica que conecta empresas e instituições à COP30, que será realizada em novembro de 2025. O projeto oferece presença qualificada, visibilidade global e impacto real na agenda climática internacional.





