20ª semana 2025, notícias Carbon Credit Markets: Brasil diversos, Nepal Article 6, Tailândia ITMOs, Reino Unido e União Européia interligam Trading Systems, BRICS também, e Climate Weeks chegando.
- Art Dam
- há 22 horas
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Segunda-feira, 26 de maio de 2025.
Os mercados de carbono seguem em expansão. Se na semana passada tivemos muitas dicas sobre eventos e oportunidades, nessa são muitas notícias sobre créditos de carbono vindas do Brasil 🇧🇷, Nepal 🇳🇵, Tailândia 🇹🇭, BRICS🌏, Reino Unido🇬🇧 e a União Européia🇪🇺. No Brasil, créditos de carbono ganham força na redução de impostos rurais e fomentam a geração de renda na região de Ribeirão Preto. Por outro lado, a regulação do mercado pode impactar a inflação. O país propõe um fundo internacional para conservação de florestas tropicais por meio de créditos de carbono. Já no Nepal e na Tailândia, avanços quanto ao Article 6 e ITMOs à UNFCCC. No cenário global, Reino Unido 🇬🇧 e União Europeia 🇪🇺 interligam seus sistemas de comércio de emissões, enquanto os BRICS 🌏 definem seu roteiro de cooperação energética para 2025-2030. Grandes eventos, como a Brazil Climate Investment Week e o London Climate Innovation Forum, promovem debates sobre inovação e governança climática. Aqui os detalhes de tudo isso.
Preservação Ambiental Como Moeda Para Reduzir Impostos Rurais.
Em Brasília, Brasil, a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que permite o uso de créditos de carbono para abater impostos no setor agropecuário. A proposta busca impulsionar esse tipo de esforço pelo produtor rural e fortalecer o mercado de carbono brasileiro.
Além de estimular práticas sustentáveis, a medida traz benefícios econômicos e ambientais, promovendo justiça tributária e recuperação de áreas degradadas.
O artigo propõe o seguinte texto:
“O proprietário ou possuidor de imóvel rural que preservar ativos ambientais representados por florestas nativas ou decorrentes de reflorestamento, poderá utilizar os créditos de carbono, identificados e certificados, no pagamento de tributos que tenham a atividade agropecuária como fato gerador, na forma do regulamento.”
Restaurando Ecossistemas e Gerando Renda a partir de Créditos de Carbono na Região de Ribeirão Preto, Brasil
Em importante região do Estado de São Paulo, proprietários rurais estão vendendo créditos de carbono gerados por meio do reflorestamento de áreas degradadas.
Trata-se do Programa de Carbono Ana Primavesi, do Instituto Ubá de Sustentabilidade, que busca remover CO₂ da atmosfera e promover a geração de renda por meio de sistemas produtivos biodiversos. Ele atua nos biomas da Mata Atlântica e do Cerrado, viabilizando suas operações pela venda de créditos de carbono gerados a partir da restauração de ecossistemas e sistemas agroflorestais.
O programa tem potencial para remover 292.569 toneladas de CO₂ e impactar positivamente cerca de 374 pessoas, contribuindo para a adequação ambiental de propriedades e incentivando práticas sustentáveis. Ele está registrado na plataforma Verra e passa por validação para certificações VCS (Verified Carbon Standard) e CCB (Climate, Community, Biodiversity)
Confira os detalhes aqui, em post no LinkedIn.
Mercado de Carbono no Brasil. Regulação Pode Impactar Inflação, Mas Também Abrir Portas.
Especialistas discutiram os impactos do mercado regulado de carbono no Brasil, incluindo possíveis efeitos inflacionários e oportunidades para empresas não reguladas.
Em certo momento dos debates o físico Shigueo Watanabe Junior, pesquisador do Instituto ClimaInfo comentou “Sim, vai ter inflação, mas o custo da inação é maior. O custo da inação vai para a inflação, e o empresário será o agente que vai provocar. O custo da inação vem na forma de desastre do Rio Grande do Sul, que recai sobre todos os contribuintes * no dia seguinte. Quem paga a conta no final é o cidadão, mas o jeito que as pessoas são atingidas é diferente.”
O seminário Agenda Climática e Oportunidade de Negócios, promovido pelo Folha com apoio da Vale pode ser visto aqui.
* A palavra "contribuinte" pode criar uma impressão equivocada, dando a entender que há uma ação voluntária, quando na verdade os impostos são obrigatórios. Esse termo está consolidado na legislação e no discurso público no Brasil 🇧🇷. (Nota: texto escrito pela inteligência artificial, mediante o prompt <Porque chamar "tax payers" de "contribuintes no Brasil? Qual impressão isso dá?>
Utilizando créditos de carbono, Brasil propõe fundo internacional para financiar a preservação de florestas tropicais.
Durante reunião da Parceria de Líderes para Florestas e Clima na Guiana, o Brasil discutiu mais uma vez estratégias para ampliar o financiamento de florestas, destacando o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), proposta anteriormente apresentada na COP28.
A Guiana foi citada como referência por já monetizar seus ativos ambientais por meio da venda de créditos de carbono gerados pela conservação de suas florestas. O modelo guianês mostra como esse mecanismo pode ser implementado com sucesso, garantindo retorno financeiro enquanto preserva ecossistemas essenciais.
Em 2022, a Guiana foi o primeiro país a emitir créditos de carbono usando o padrão ART-TREE, com garantias de integridade ambiental e social.
Inspirado por essa abordagem, o Brasil reforçou a necessidade de cooperação internacional para estruturar mercados de carbono eficientes e sustentáveis. O país defende que nações com grandes florestas tropicais recebam apoio financeiro adequado, tornando a preservação ambiental uma estratégia economicamente viável para as populações locais.
Leia mais aqui no portal da COP30.
Nepal. Veja o que aquele país indicou sobre Article 6 na última NDC depositada.
O Nepal está criando regras e treinando equipes para negociar créditos de carbono no mercado internacional, garantindo transparência e sustentabilidade, além de indicar que explorará ferramentas financeiras inovadoras, como mercados de carbono sob o Artigo 6 do Acordo de Paris, green energy bonds, blended finance models e multi-funder trust funds.
Abaixo em detalhes como o país se posicionou quanto ao Article 6 em sua Nationally Determined Contribution (NDC) 3.0 no último dia 14 de maio, e aqui a NDC completa.
“Nepal will prioritize some climate actions for the carbon market under Article 6 of the Paris Agreement while ensuring there is no double counting, and maintaining environment integrity. To engage effectively in the carbon trading under Articles 6.2 and Article 64, including for the implementation of Article 6.8 of the Paris Agreement, Nepal will establish robust institutional frameworks and develop necessary regulations to facilitate carbon trading. Some of these preparations are already reflected in the Environment Protection Act (2019) and Regulation (2020). Capacity-building programs will be conducted to enhance the technical expertise of relevant stakeholders, including government officials, private sector entities, and local communities. Nepal will ensure corresponding adjustments and the establishment of a transparent monitoring, reporting, and verification systems and registries to track carbon emissions accurately and facilitate the issuance of carbon credits”.
Tailândia submete seu primeiro relatório anual de ITMOs à UNFCCC.
A Tailândia submeteu seu primeiro relatório anual sobre ITMOs (Internationally Transferred Mitigation Outcomes) à UNFCCC, com apoio do A6IP Center. Esse relatório atende às exigências do Artigo 6.2 do Acordo de Paris, garantindo transparência na negociação de créditos de carbono e prevenindo a dupla contagem.
Os ITMOs são unidades de redução de emissões que podem ser comercializadas entre países para ajudar no cumprimento de suas metas climáticas. No caso da Tailândia, os primeiros ITMOs foram gerados pelo Programa Bangkok E-bus, em cooperação com a Suíça. As autorizações e transferências desses créditos estão registradas no Thailand Carbon Credit Registry.
Reino Unido e União Européia Interligam seus Sistemas de Comércio de Emissões.
O novo acordo entre o Reino Unido e a União Europeia inclui a interligação dos sistemas de comércio de emissões, fortalecendo a cooperação climática entre os blocos. Essa medida visa melhorar a segurança energética do Reino Unido e evitar que empresas britânicas sejam impactadas pelo imposto de carbono da UE, que entrará em vigor no próximo ano, o CBAM, Carbon Border Adjustment Mechanism.
Além disso, essa colaboração no mercado de carbono pode gerar quase £9 bilhões para a economia britânica até 2040, impulsionando a transição energética e reduzindo barreiras comerciais. O acordo também protege as exportações de aço britânico contra novas tarifas da UE, garantindo competitividade para a indústria.
Essa parceria também garante que empresas britânicas tenham acesso a um mercado de carbono mais eficiente e previsível.
Roteiro para a Cooperação Energética dos BRICS 2025-2030 e várias inter-conexões.
Na última semana o Brasil sediou a 10ª Reunião Ministerial de Energia do BRICS, consolidando um consenso sobre a transição energética e o uso de fontes renováveis.
O Roteiro para a Cooperação Energética dos BRICS 2025-2030 aborda a transição energética e a descarbonização como prioridades do grupo, destacando a necessidade de tecnologias avançadas para reduzir emissões de gases de efeito estufa. O documento enfatiza o desenvolvimento e a implementação de tecnologias de abatimento e remoção de carbono, respeitando as capacidades e prioridades nacionais.
Além disso, o BRICS também menciona a importância da interconexão regional e da infraestrutura necessária para facilitar a cooperação energética e a troca de tecnologias entre os países.
Vale lembrar que nos últimos dias houveram debates sobre “BRICS Interoperability of Carbon Markets”.
Aqui as 9 páginas do Roadmap for BRICS Energy Cooperation 2025-2030 do último dia 17 de maio.
EVENTOS e OPORTUNIDADES
📍🇧🇷 Brazil Climate Investment Week 2025, 5 e 6 de junho. Mais detalhes aqui.
📍🇬🇧 London Climate Innovation Forum, 25 e 26 de junho. Detalhes aqui.
📍🇧🇷 Congresso SAE BRASIL 2025, 07 e 08 de outubro. Clique aqui.
📢 Global Reporting Initiative (GRI), consulta pública sobre Padrões Setoriais para Serviços Financeiros. Até 31/05. Detalhes aqui.
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