Um novo estudo concluiu que aproveitar o potencial de energia solar da África para produzir hidrogênio verde evitaria a emissão de aproximadamente 500 milhões de toneladas de CO2 por ano, representando uma redução de 40% das emissões de carbono do continente. Além de garantir o abastecimento global dessa nova fonte de energia, por meio de exportações. Especialmente para os mercados da vizinhança, Europa por exemplo.
O potencial é bastante significativo: 50 Mt de hidrogênio verde por ano. Sem falar no estímulo à economia (estim. 40 bilhões de euros/ano em "PIB novo"), geração de empregos, descarbonização de indústrias pesadas (aço, fertilizantes), garantia de acesso a água limpa e energia sustentável.
Segundo o relatório, o hidrogénio verde africano é economicamente viável, ao preço de 2 euros/kg, equivalente a 90 euros/barril de petróleo.
Até o momento existem 3 hubs de exportação mapeados:
Hub Noroeste da África, Marrocos e Mauritânia: Transporte Internacional e pipeline para a Espanha (lembre-se aqui do nosso post sobre o mais novo pipeline europeu para hidrogênio, o BARMAR)
Hub Egito: gasoduto para a Grécia e Calábria/Itália, embarque para o Japão, Índia, etc.
Hub da África Austral, África do Sul e Namíbia: envio internacional como NH3 ou H2 líquido
Análise sobre outros países africanos estão em andamento, enquanto planejamento, regulamentação, incentivos, infraestrutura, parcerias e financiamento estão em andamento.
O estudo foi encomendado pelo Banco Europeu de Investimento (BEI), International Solar Alliance e Africa Union, com o apoio de alguns outros governos e entidades. Você pode acessar um resumo dele clicando na imagem abaixo.
Ao que tudo indica, haverá uma nova onda global de interconexões e dependências energéticas, associada a novos fluxos financeiros - e de dívidas - nos mercados globais e regionais.
Um "alerta", com o início do novo ano de 2023.
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