Na primeira African Climate Summit que acontece em Nairobi, no Quênia, a Independent Climate Change Accelerators (UICCA) dos Emirados Árabes Unidos (UAE) assinaram uma Carta de Intenções (LOI) sobre a compra de US$ 450 milhões em créditos de carbono africanos até 2030.
A LOI foi assinada com a Africa Carbon Markets Initiative (ACMI) e visa aumentar 19 vezes a produção de créditos de carbono na África até 2030.
A ACMI foi lançada no ano passado, na COP27 do Egito, para promover instrumentos de financiamento e créditos de carbono, que podem ser gerados por projetos de reflorestamento e de adoção de combustíveis e fontes de energia mais limpos. É apoiada pela The Rockefeller Foundation e pelo UN Climate Change High-Level Champions, dentre outros.
Dada a pressão esperada por parte dos estados africanos na próxima COP28, particularmente relacionada ao Fundo Monetário Internacional, a Alemanha já anunciou uma troca de dívida de EUR 60 milhões com o Quênia, para liberar recursos para projetos verdes.
Mas também há oposição a estas abordagens de financiamento climático. Cerca de 500 pessoas marcharam em protesto no centro de Nairobi na segunda-feira, como você pode ler neste artigo do Africa News. Há também um vídeo de 2 minutos sobre as manifestações, slogans e discursos irados, como "menos conversa, mais ação para o clima..." ou "... o que precisamos agora é de uma mudança no sistema, não de uma mudança climática ..."
Outra citação que vale a pena mencionar vem de um artigo da Reuters. Trata-se do Sultão Al Jaber, presidente da COP28, referindo-se aos mercados de carbono: “a falta de normas estava a minar a sua integridade e a diminuir o seu valor”.
A COP28 promete muito debate.
Clique na imagem abaixo para ler o press release sobre a LOI no site da Africa Carbon Markets Initiative
Por último, num post intitulado "Guerra dos créditos de carbono? Ou seria apenas mais uma commodity de exportação?" de maio passado, falamos muito sobre iniciativas africanas, incluindo ACMI e a nacionalização parcial do mercado voluntário local de créditos de carbono pelo governo do Zimbabué. Vale a pena lembrar.
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