21 de nov de 20232 min

SAE Brasil 2023: Tudo sobre Sustainable Aviation Fuel. No mundo e no Brasil.

Terça-feira, 21 de novembro de 2023

Hoje encerramos uma série de artigos sobre painéis da 30ª edição do Congresso e Mostra Internacionais de Mobilidade SAE BRASIL.

Os anteriores foram bastante apreciados por nossos leitores:

(1) Drone semeador da Ambipar (nota).

(2) Bioenergia, Brasil e a Era do hidrogênio.

Nesse 3o. artigo trataremos do painel "Voando verde com os combustíveis sustentáveis", mediado por Dany Oliveira, Diretor Brasil da International Air Transport Association (IATA) e com representantes da Azul, LATAM e Gol.

O grande desafio do setor da aviação é crescer de forma sustentável. Se em 2021 a quantidade de passageiros transportados foi de 2,1 bilhões, para 2023 a projeção é de 4,7 bilhões, chegando a 10 bilhões em 2050. Isso significaria a necessidade de eliminação de 21,2 bilhões de toneladas de CO2 nesse mesmo período. Ou seja, um grande esforço para acabar com a dependência de combustíveis fósseis.

De acordo com a IATA, os esforços estariam assim alocados:

65% Sustainable Aviation Fuel (SAF);

19% na compensação e captura de CO2;

13% novas tecnologias; e

3% em melhorias operacionais e na infraestrutura.

Mas o que seria o SAF?

Basicamente uma alternativa econômica "idêntica" à querosene que, além de critérios de sustentabilidade, atende os requisitos ténicos e de certificação para uso em aeronaves comerciais.

Você poderá se surpreender com as seguintes informações:

- já são 15 anos de trabalho desenvolvendo o SAF;

- combustível líquido que reduz as emissões de CO2 em até 80%;

- produzido a partir de várias fontes como reciclagem de óleos, efluentes, residúos sólidos e biomassa, dentre outros;

- em 9 rotas tecnológicas já certificadas;

- com produção atual de 300 milhões de litros por ano (0,1% do necessário);

- que foram consumidos em cerca de 490 mil vôos;

- e contratos de compra futura já atingindo US$ 40 bilhões.

Há inclusive um projeto de lei no Brasil, PL 4516 de 2023 que em seu artigo 10 indica que "A partir de 2027, os operadores aéreos ficam obrigados a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em suas operações domésticas por meio da utilização de SAF", indo minimamente de 1% em 2027 a 10% em 2037. Há alguns dias publicamos mais a respeito sobre esse e outros projetos de lei.

Com o potencial de redução de 75% das emissões de CO2, o SAF custa hoje 4 vezes mais que a querosene de aviação.

Segundo Dany, o custo estimado para a transição energética da aviação fica em torno de US$5 trilhões até 2050.

Apenas em 2022, segundo o FMI os subsídios aos combustíveis fósseis foram de US$ 7 trilhões, equivalente a 7,1% do PIB global anual. Veja também esse gráfico da GZERO Media.

Clique na imagem abaixo para o hub de informações sobre a descarbonização da IATA sobre a indústria da aviação, gentilmente compartilhado conosco pelo Dany Oliveira da IATA. Inclui uma série de "Fact Sheets", com destaque para aquele sobre Sustainable Aviation Fuel.

(nota) No último dia 9 de novembro estivemos na AMCHAM São Paulo, Cerimônia da Premiação ECO 40 anos. E como a AMBIPAR foi uma das premiadas, recebemos um simpático saquinho com biocápsulas sustentáveis, aquela citada em nosso artigo de 24 de outubro. Com sementes de Embaúba (Cecropia pachystachya).

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#Sustainability

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