Rios Voadores: mais importantes que os créditos de carbono ? Parece que sim.

Uma árvore grande na Amazônia, com raízes de podem captar água do lençol freatíco, do solo a 50-60 metros, e com uma copa de 20 m de diâmetro, pode transpirar mais de 1 mil litros / dia.

Ou seja, folhas não apenas para fotossíntese (captura de carbono) mas também para transpiração (como todo ser vivo, para manter a temperatura estável).

20 bilhões de toneladas de água. Esse seria o total “transpirado” por todo a floresta Amazônica. Por dia.

O suficiente para encher diariamente todas as caixas d’agua brasileiras …. 300 vezes.

O rio Amazonas - que em seu ponto mais largo atinge 50 quilômetros (!) durante a época de chuvas, sendo também responsável globalmente por 20% de toda água doce que desaguando no mar - devolve ao Oceano Atlântico 17 bilhões de toneladas de água por dia. Ou seja, menos do que a floresta coloca na atmosfera.

Para que o vapor atmosférico vire nuvens de chuva, são necessários núcleos para condensação.

Aí entram os aerossóis emitidos pelas árvore, pequenas partículas que também sobem para a atmosfera por convecção. Por exemplo pela decomposição de matéria orgânica. Com alta concentração de cátions de potássio e sódio. Que funcionam como núcleos de condensação de nuvens.

Isso é chamado de “bomba biotica”. Existente em quase todas as florestas mundiais.

Se essas “bombas” parassem, toda água acumulada nos continentes iria para os oceanos (note que não é apenas evaporação / transpiração, mas também a geração de núcleos de condensação)

Ou seja, o ciclo da água e energia parecem ser mais urgentes e vitais que o do carbono.